A pauta política ensina ser prioridade aquilo que gera notícia. Tese à parte esta é a essência da repetência no trato mais uma vez da agenda do presidente Lula à Paraíba, depois de inaugurações, sobrevôos e discursos de forte conteúdo.
    
Vamos por parte. No plano administrativo, três ações do Governo Federal deram alento ao futuro paraibano quando ele assegurou o início da Transposição do São Francisco para 2004, renovou programas de reforço à convivência do sertanejo com a seca ( Instituto Semi Árido (principalmente) cisternas, Fome Zero, Cartão Família, etc) e garantiu incremento ao turismo estadual, através de investimentos nos aeroportos Castro Pinto e João Suassuna – ontem, o mais contemplado.
    
A natureza da ação pública federal nunca esteve não premente quanto nos últimos meses de escassez braba de recursos para gerir ou tocar obras e investimentos. Daí, levando em conta a essência da fala de Lula, ações com as anunciadas chegam em boa hora e são fundamentais para nosso futuro seco.
    
Se reparar direito, os atos expostos agora nesta Coluna se ensejam dentro de um contexto de prestigiamento anterior porque, não precisa ser letrado, para contar a quantidade de ministros na Paraíba tratando de problemas e soluções.
    
A síntese, no campo administrativo, é de que a viagem de Lula ratificou seu compromisso de agir acima das querelas políticas – fatores a entravar em muitos casos o desenvolvimento regional em face das brigas fraticidades das lideranças locais.
    
Aliás, pegando o gancho nesse aspecto político, nessa seara podemos afirmar sem sobressaltos que, a cada dia, Lula se mostra exímio condutor de políticas comuns mesmo estando em terrenos arenosos ou de pântanos – não é o nosso caso.
    
Durante a visita, ontem, o presidente deu vitrine ao governador Cássio, à prefeita Cozete Barbosa, mas nem assim ofuscou – pelo contrário deu evidência – às presenças de adversários regionais, a exemplo dos senadores José Maranhão e Ney Suassuna.
    
Sem nenhum problema, a partir da chegada e inauguração no Aeroporto João Suassuna, Lula se deixou tocar pelas diferenças paraibanas. No palanque armado, percebia-se claramente uma banda prestigiada por Cássio, Ronaldo Cunha Lima e Cozete, e noutra, com Ney (mais próximo) e Maranhão, na seqüência.
    
Politicamente, na Paraíba, Lula soube granjear empatia das lideranças e dos populares que, em quantidade expressiva, manifestaram carinho pelas palavras e ações do presidente.
    
Fatos assim só fazem atrair elementos positivos em favor da Paraíba.
    
Noutra esfera
    
O presidente voltou a dar recados aos seus antecessores – leia-se FHC – e à quem defende caminhos considerados agourentos por Lula.
    
A alguns metros do palanque, no Aeroporto, Lula deu pra ver a manifestação de professores universitários, funcionários públicos acenando e apitando contra ele.
    
Só foi enxergar a cena para aumentar o tom crítico às viúvas do passado.
    
Postura de Cássio
    
Já o governador Cássio sintetizou seu posicionamento com a viagem do presidente lembrando que, quem cobra também precisa agradecer. E o fez de forma direta num tom que bate no trato da coisa pública diante de fatores políticos.
    
Cássio destacou a condição apartidária de Lula ao tratar de temas administrativos sem se levar pelas questiúnculas político-partidárias.
    
Comitiva eclética
    
O que estava ensaiado aconteceu. A comitiva presidencial comandada por Lula chegou com 40 minutos de atraso no Aeroporto de Campina tendo as presenças de inúmeros ministros, assessores e de políticos da região Nordeste.
    
Da Paraíba podiam ser vistos os senadores José Maranhão, Ney Suassuna e o deputado federal Luiz Couto.
    
PT no palanque
    
A cúpula do Partido dos Trabalhadores não se fez de rogado e lá estava no aeroporto e no palanque principal das estadas de Lula. O presidente regional Adalberto Fulgêncio, o pré-candidato em João Pessoa, Avenzoar Arruda, podiam ser vistos ao lado do deputado Rodrigo Soares, do vereador Luciano Cartaxo e do presidente da CBTU, Lucélio Cartaxo.
    
Era assim: havia muita do PT, do PSDB e alguns do PMDB.
    
Mangueira é problema
    
O ex-deputado Carlos Mangueira vai entrar na justiça com ação pedindo a anulação da convenção do PMDB em João Pessoa no último dia 26. Antes, como revelou ontem, protocolou requerimento no Diretório Regional pedindo a retirada de seu nome da lista do Diretório sob o argumento de que não assinou ficha.
    
O brabo, mais quente no argumento de Mangueira, trata da falta de quorum para realização da convenção.
    
Resolveu assumir o tom azedo no partido.
    
PSB com PMDB
    
Coube, ontem, à vereadora Nadja Palitor o papel de requentar as informações de entendimentos cada vez mais crescentes entre o PSB e o PMDB nas eleições de 2004.
    
Ela disse textualmente que as conversas são freqüentes e podem redundar em acordo já no primeiro turno. ` Isso é muito possível´, disse.
    
Umas & Outras
    
… O escritor Ariano Suassuna foi aplaudido até demais quando chegou no aeroporto com nome de seu pai, em Campina, para a inauguração de reformas. Chegou de branco, do tipo paz.
    
… Na Agência Brasil, do Governo Federal, chamou a atenção ontem foto do presidente Lula diante do safoneiro Amazan, ladeado do governador Cássio e do senador Maranahão.    

… O Fenart já começou a receber artistas de diversos segmentos: música, teatro, dança, etc. Ontem chegou à cidade o intérprete Ney Matogrosso.

… Dedico a Coluna de hoje ao carnavalesco Jocemar Chaves, uma das mais importantes figuras da cultura popular do Estado. Merece ser recebido de pé, hoje, na Câmara Municipal.
    
Última
    
`O nome/ a obra imortaliza…´