A grande sensação em 2023 foi a inteligência artificial (IA), especialmente após o lançamento do ChatGPT no final de 2022, o que surpreendeu os usuários e teve um impacto global significativo. No entanto, é importante questionar se essa nova tecnologia reflete uma transformação tão revolucionária quanto a máquina a vapor ou se é apenas uma moda passageira impulsionada pela empolgação, como ocorreu durante a bolha da internet nos anos 90.

Embora as ferramentas de busca da IA sejam capazes de realizar façanhas impressionantes, como escrever código de computador ou poesia, elas também têm uma tendência alarmante de fornecer informações imprecisas e gerar respostas que aparentam ser plausíveis, mas têm pouca relação com a realidade. Portanto, será necessário esperar até 2024 para termos uma ideia mais clara sobre se a IA generativa será revolucionária ou apenas uma adição útil ao arsenal de TI com aplicações limitadas. Enquanto isto acontece, a tecnologia tem sido um catalisador para um poderoso rali das ações de empresas de tecnologia, transformando um pequeno grupo de empresas líderes, em estrelas incontestáveis de Wall Street.

Além disso, a IA já está no centro de uma intensa disputa tecnológica entre os Estados Unidos e a China. Ambos os governos se comprometeram a investir entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões na tecnologia, e outros países, como Reino Unido, França, Alemanha, Índia, Arábia Saudita e Emirados Árabes, também prometeram financiar projetos de IA em grande escala. Essa competição evidencia a importância estratégica da IA e a necessidade de os países não ficarem para trás ou se tornarem dependentes de tecnologias controladas por outros países.

O Brasil tem investido cada vez mais em IA nos últimos anos, incentivando a modernização e a transformação digital do país. O governo também tem realizado parcerias internacionais para promover a cooperação e o intercâmbio de conhecimentos na área de inteligência artificial, sendo membro fundador da Parceria em Inteligência Artificial em Benefício das Pessoas e da Sociedade, no entanto, reconhece-se que o Brasil ainda está em estágio inicial no desenvolvimento e na aplicação da IA, em comparação com países mais avançados, como os Estados Unidos e a China.

Portanto, é necessário aumentar os investimentos, a formação de profissionais especializados e a criação de políticas públicas que incentivem o crescimento e a aplicação da IA no país. O Brasil deve buscar assumir a liderança na produção de chips GPUs para uso próprio e na região, a fim de reduzir a dependência em tecnologia estrangeira e limitações no uso da IA devido à falta de profissionais, recursos tecnológicos e investimentos em startups e empresas de tecnologia.

Palmarí H. de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores

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