Geral
Renan, o Brasil e nossos senadores
09/09/2007
A semana começa com alta expectativa em torno da votação secreta no Senado Federal que definirá, mais do que o mandato do senador Renan Calheiros, a relação / futuro de muitas figuras políticas em nível nacional a envolver até mesmo personalidades na Paraíba.
Há vários aspectos conceituais em jogo, mas três parecem decisivos neste momento: um, o País vive um sentimento de passar a limpo as instituições; dois, há um fervor nutrido pela Midia de cassação; e, terceiro, o resultado poderá ser a abertura para outras punições dentro do próprio ambiente político diante de inúmeros casos a envolver lideranças políticas.
Em tese, tem-se com convicção de que o brasileiro quer ética absoluta e o fim da impunidade. Só quando atingirmos essa condição viveremos momentos de soberania total e de convivência social com maior distribuição de renda.
Teses à parte, casos como o de Renan, expõem que, independentemente dos conceitos, existem muitos outros elementos em jogo capazes de interferir no contexto para o bem ou para o mal vai depender de cada caso.
O fato concreto é que a origem do processo – a origem e condição de pagamento de pensão a ex-amante Mônica -, já não é mais o fator determinante do ponto de vista do rito processual para o pedido de cassação porque no decorrer do processo fatos diversos serviram de reforço para a influência e construção de uma necessidade de punição ao Renan.
Só que a pura grande população desconhece que como motor do tamanho desta crise está alguns processos a envolver a Rede Globo (com a CPI das ONGs) e a Editora Abril (Veja) por conta também de outra CPI ambas motivadoras da campanha implacável contra o senador alagoano.
Não houvesse essa ultima condição, agora exposta, ou seja, inexistisse crise entre a Rede Globo e a Editora Abril ( Veja, etc) com o senador Renan, certamente que o atual contexto estaria noutra condição.
Só que, para o publico, perdura uma aura de zelo ético por parte de diversas lideranças políticas e até alguns veículos de comunicação, cujos históricos se revelados à opinião publica teriam outro encaminhamento.
Esta é que é a verdade. Tem muita gente falando em ética sem conduzi-la na sua própria vida pessoal e/ou empresarial. Pousa de uma forma diante das câmaras e seus históricos mostram outro tipo de conduta.
Mas, o que fazer diante do caso? Também em tese a punição chega mais forte neste momento, embora seja preciso permitir ponderações:
– a causa principal (o pagamento da pensão ) já foi suficiente explicada?
– o senador expôs com clareza a origem de seus rendimentos para pagar suas despesas, que não de forma ilícita?
– fosse o senador um empresário paulistano de quatro costadosestaria recebendo o mesmo tratamento da midia?
– aliás, a midia que se faz indispensável na vida democrática, mas pode estar exagerando no tratamento de desafetos?
– por que aliados dessa mesma midia são atenuados na forma de tratamento diante de graves assuntos, como CPIs com denuncias graves (leiam-se os governos de FHC e Alckmin, etc), implodidas diante do silêncio comunicador?
– enfim, qual o destino real que Renan precisa viver?
Particularmente, creio que muitos senadores tendem-se a se sentir amedrontados em face das cobranças da sociedade (leia-se da midia), mas comungo com o sentimento de que o senador precisa ser afastado da presidência do Senado Federal, posto que o cenário lhe é adverso, entretanto, a perda do mandato é draconiano demais.
Neste imbróglio insiro ainda os votos dos senadores José Maranhão, Efraim Morais e Cícero Lucena.
Como eles devem votar? Informes da grande imprensa dá conta que Maranhão e Efraim tendem a votar contra a cassação inserindo, portanto, Cícero na quota dos que se posicionarão a favor.
Também não é in totumverdadeiro, como nos disse neste domingo o senador tucano afirmando que se reunira na terça-feira com o partido para o encaminhamento final.
Ora, se o PSDB é a favor da cassação logo tende-se a dizer que Cícero vtar a favor, mas o voto secreto e a advertência em curso de que a cassação abrirá caminhos de mesmo destino para outros senadores (inclusive Cícero), em face de responderem a processos, pode fazer alguns parlamentares reverem o voto.
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