É muito comum observar que as pessoas costumam criticar seu semelhante sem se aperceberem que estão cometendo as mesmas falhas. Essa prática comportamental fez a sabedoria popular cunhar a frase: “quem tem telhado de vidro, não joga pedras no do vizinho”. Recomenda o cuidado de, antes de julgar alguém, procurar fazer uma auto análise, para não… incorrer no risco de ser criticado pelos mesmos erros.

Em geral esse tipo de atitude são características de indivíduos com personalidade narcisista, que acreditam serem superiores, especiais. Normalmente são pessoas arrogantes, antipáticas, orgulhosas, egoístas, soberbas, frias emocionalmente e que não se importam com os sentimentos alheios. Nunca reconhecem suas próprias imperfeições e por isso mesmo projetam no outro os defeitos que pertencem a elas próprias.

Essas projeções funcionam como mecanismo de autodefesa. Uma forma de se protegerem e objetivam justificar suas fraquezas. Assim pretendem esconder a verdade sobre si mesmas. Quase sempre são pessoas mal resolvidas.

É muito ruim quando somos vítimas desse transtorno de personalidade e somos apontados como portadores dos defeitos que estão impregnados na personalidade do acusador. Todavia, ainda que provoque um sentimento de desagrado com a injustiça praticada, devemos compreender a agressão verbal como um distúrbio de personalidade.

O provérbio tem inspiração em passagem bíblica, onde em Lucas.6, encontramos a Palavra do Mestre “Porque atentas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?”. Todo acusador tenciona evitar a dor de ser exatamente aquilo que condena nos outros. Ele teme a própria crítica e foge do sentimento de definir-se com as mesmas falhas.

Essas figuras egocêntricas são encontradas no nosso dia a dia, em nossa convivência social. Tal comportamento faz-se comum nas relações pessoais quando potencializam-se as manifestações de desconsideração ao próximo e os interesses individuais se colocam acima do entendimento fraterno.

Importante a reflexão sobre esse ditado popular, porque se o “seu telhado é de vidro também”, pode ser atingido por pedras idênticas que você atirou contra o “telhado do vizinho”.

• Integra a coletânea de textos que intitulei “REFLETINDO A SABEDORIA