Esse provérbio popular pode até ser compreendido como uma manifestação de super proteção pelos filhos. Algo como que uma rejeição á verdade da vida que em determinado tempo seu filho sai do seu controle permanente e assume a condução da própria existência, se emancipou.

A sabedoria popular, todavia, revela nessa frase a importância, que nunca é finita, dos pais na vida do filho. Seja em que tempo for. O amor paterno é algo inexplicável. Algo que só Deus explica, conforme o Livro dos Salmos : “filhos são uma bênção que vêm do Senhor, o fruto do ventre o seu galardão”.

Mesmo à distância os pais estão permanentemente vigilantes, acompanhando todos os passos do filho. Compartilham dia a dia das suas alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, projetos, sonhos, decepções. Estão sempre prontos a dividir preocupações e a oferecer aconselhamentos quando forem precisos.

Esse amor é insubstituível, bem como intransferível a responsabilidade de fazer feliz o filho que colocaram no mundo. Mas, na ausência física, porque espiritualmente os pais nunca estão ausentes , esperam que as pessoas com quem ele passou a conviver, em qualquer ambiente, dediquem o mesmo tratamento que sempre recebeu em casa, afeto, respeito, companheirismo, compreensão, apoio. Eis aí o motivo de sempre estarmos ouvindo a frase: “não ofenda meu filho, ninguem é mais importante para mim do que ele.” A felicidade de um filho não tem preço, ultrapassa os limites da razão.

O “beijar meu filho” significa oferecer-lhe atenção, parceria, consideração, deferência, cuidado. “Adoçar a minha boca”,representa dizer agradecimento, reconhecimento. Portanto “quem meu filho beija, minha boca adoça”.

* Integra a coletânea de textos que intitulei “REFLETINDO A SABEDORIA POPULAR (ditados, expressões e provérbios)”.