Rômulo Polari

Professor e ex-reitor da UFPB.

Política

Quem é quem nas de eleições de 2022


17/12/2021

                                                                           

As pesquisas do IPEC, ex-Ibope, 14.12.21, e Data Folha, 16.12.21, demonstram que o pré-candidato Lula, do PT, é favoritíssimo a ser o presidente do Brasil 2023-2026. Essa constatação é cristalina, tanto na consulta com resposta estimulada como na espontânea.

Lula tem 48% das intenções de voto estimuladas, no primeiro turno. A eleição será no próximo dia 02 de outubro. Pode haver mudança. Mas será difícil. Os principais adversários não têm os necessários apoio popular e densidade eleitoral.

Nesse sentido, destaca-se o presidente Bolsonaro. Mesmo com grande apoio do Legislativo, na Câmara e no Senado, mantém-se empacado em 21% das intenções de voto. O mesmo percentual que tinha quando era um simples Deputado Federal, 10 meses antes das eleições de 2018.

É o custo político do seu jeito de governar: a) baixa atenção aos problemas reais da recessão, desemprego, segurança, educação, saúde, salários, inflação e juros altos, e ineficiência do setor produtivo e do setor público e b) excessiva atenção às questões ligadas aos costumes e raízes socioculturais e ideológicas, etc. do nosso povo.

O governo Bolsonaro dedica muito tempo e energia administrativa, com vistas à massificação da ideologia de extrema-direita no país. É uma versão medíocre da revolução cultural, a lá Gramsci, com sinais trocados. Assim, os problemas reais cresceram e desaguarão em 2022 com muita força contra a reeleição presidencial.

O pré-candidato Sérgio Moro, terceiro colocado na pesquisa, com 9%, é um dos visionários da utópica 3a via, anti-Lula e Bolsonaro. Mas Moro propõe ao país as mesmas bases fracassadas do atual governo: liberalismo econômico e conservadorismo moral, ético e nos costumes. Seu discurso é falso e não bate com os fatos.

A Suprema Corte do país anulou várias sentenças prolatadas por Sérgio Moro ao julgá-lo como juiz parcial. É a maior prova de sua inidoneidade moral e ética. Pelo seu histórico, Moro não terá votos de bolsonaristas nem dos eleitores do centro direita ou esquerda. Com sua inexperiência política e de gestão pública, tende à 4a posição.

Ciro Gomes é o 4o colocado na pesquisa, com 7% das intenções de voto. É a sua 4a disputa em eleições presidenciais, tendente ao insucesso. É outro visionário da chamada 3a via que concretamente ninguém vê. Tem uma boa retórica e razoáveis conhecimentos de Economia, Direito e sobre alguns temas científico-filosóficos contemporâneos.

Ciro tem uma super autoestima e autoavaliação de que sabe tudo, É crítico acérrimo dos governos FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro e vende a ideia de que será um presidente com realizações históricas superiores às dos governos Vargas, JK e Lula. Os eleitores pensam diferente e o mantêm com baixíssimo percentual de intenções de voto.

Ciro não domina a arte política, tal como Getúlio Vargas, JK e Lula. Isso é flagrante.  Há mais de dois anos ele tem larga presença cotidiana na mídia fundamentando suas pretensões à presidência da República. Mas gasta mais da metade do tempo atacando o PT e Lula, com o mesmo discurso da extrema direita.

Enfim, Ciro Gomes proclama que não é de direita. Donde virão os votos para elegê-lo? Ele erra ao centrar sua campanha contra Lula, o grande líder político e eleitoral da esquerda e do Centro Esquerda do país. Desse modo, entre estes, suas chances de votos são quase zero. É autoengano pensar que os bolsonaristas arrependidos votarão nele.

     Rômulo Soares Polari

Professor e ex-Reitor da UFPB

 

 


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