Geral
Problemas econômicos atuais
17/04/2015
Foto: autor desconhecido.
É bom saber que o economista Prêmio Nobel Paul Krugman ratifica o que venho dizendo. Em entrevista, ano passado, à revista Carta Capital, Krugman afirmou que a economia brasileira não se encontrava em situação de fragilidade e vulnerabilidade. O país continua, sim, longe do precipício ou caos econômico.
O Brasil enfrenta três problemas relevantes: a) dívida pública de 64,5% do PIB; b) déficit público 6,7% do PIB; c) inflação 1,5% acima do limite superior de meta, 6,5% ao ano. Essas condições, que influíram muito para o baixo crescimento econômico do país, em 2014, podem e devem ser prioritariamente reduzidas aos níveis normais.
A grande mídia brasileira finge não entender como vêm sendo as ações anticrise, desde 2008, em todo o mundo. As ideias neoliberais não foram acatadas nem praticadas como vias de solução. Foram as ações intervencionistas dos governos nos mercados que evitaram a derrocada dos sistemas econômico-financeiros.
O conjunto das economias desenvolvidas está longe da retomada do crescimento sustentável. A economia brasileira, não! Pela menor gravidade de seus desequilíbrios fiscais e monetários, com as ações corretivas em curso, recriará, ainda neste ano, as condições adequadas para voltar a crescer em ritmo mais forte.
Os países desenvolvidos ainda não saíram da crise que criaram em 2008. Isso é estranho, se eles têm os melhores empresários, governos, tecnologias, infraestrutura e mão de obra do mundo! Pois bem, só não entraram em profunda recessão, porque os governos expandiram a oferta monetária, a dívida e o déficit públicos em níveis absurdos.
Segundo o FMI, as economias desenvolvidas, de 2007 a 2014, elevaram a dívida pública/PIB de 72,5% para 103,0% e o déficit público/PIB de 2,4% para 4,5%, que chegou a 7,8% em 2010. As injeções de dinheiro totalizaram dezenas de trilhões de dólares. Tudo isso foi feito para evitar o caos financeiro e motivar as atividades produtivas.
Essa gigantesca ação governamental anticrise não acendeu o fogo morto das economias desenvolvidas que, nos anos 2011-2014, cresceram, em média, 1,5%. O desemprego manteve-se muito alto, em torno de 8,5%. Mesmo com a taxa real de juro quase igual a zero, os investimentos e consumo privados não corresponderam. Tanto é assim que o espectro da deflação ronda sobre muitas dessas economias.
A gestão fiscal-monetária anticrise da economia brasileira foi razoável. De 2007 a 2014, a dívida pública/PIB cresceu de 58,0% para 64,5% e o déficit público/PIB de 2,8% para 6,7%. Esse déficit explodiu no último ano, já que até 2013 foi em torno de 3%. O PIB do país cresceu 2,1% ao ano e o desemprego caiu de 9,3% para 4,8%.
O grande problema do Brasil é político. Estamos nos primeiros meses um novo governo, mas a luta pelo poder continua, agora por vias não eleitorais. Há um notório vácuo de lideranças à altura do requer a condução da reorganização econômica país. Nesse cenário, infelizmente, prosperam os profetas insanos do quanto pior melhor.
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