Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

Primos, quase irmãos


21/07/2015

Foto: autor desconhecido.

Quase sempre nossos primeiros amigos na vida são os primos. Ainda mais quando somos criados num ambiente em que a instituição família é valorizada. São os companheiros de infância, que permanecem unidos durante todo o curso da nossa vida. Isso se torna mais verdadeiro entre primos na mesma faixa etária.

Comigo não foi diferente. Nossa família é bastante numerosa, mas dois dos primos se tornaram mais próximos na convivência desde crianças. Crescemos juntos e nunca perdemos o contato, mesmo após nos desligarmos pela distância geográfica. Compartilhamos brincadeiras, sonhos, peraltices, a medida que íamos crescendo. Na adolescência fomos confidentes, solidários e camaradas. Ao alcançarmos a fase adulta e donos do próprio nariz, tomamos destinos diferentes, nos tornamos profissionais e constituímos famílias, mas sem jamais romper esse elo e afetividade construída na infância.

Agora, já sexagenários e avôs, ficamos saudosamente trazendo à memória os momentos agradáveis que passamos juntos. O importante é que essa amizade se consolidou de tal forma que nos julgamos mais do que primos, quase irmãos.

Falo de Roosevelt e Ubirajara, filhos de tio Leitão e tia Socorro, respectivamente. Nascemos praticamente no mesmo ano. Não me lembro de divergências, que mereçam referência, durante o tempo de nosso convívio. Algumas vezes ocasionaram diferenças na opção política, mas que nunca tiveram a força de prejudicar a nossa relação de amizade. No futebol torcemos por times diferentes. Eu sou flamenguista, Ubirajara é Fluminense e Roosevelt era Bangu, não sei se é ainda, mas também isso nunca foi motivo de brigas. A internet tem permitido a que, não obstante morarmos em cidades distantes (os dois residem em Brasília), estejamos sempre nos comunicando, trocando idéias, dando notícias, realimentando essa amizade fraternal.

Imagino que entre os leitores muita gente se coloque em situação igual, recordando-se dos bons tempos de convivência com primos que se tornaram quase irmãos.

• Integra a série de textos “INVENTÁRIO DO TEMPO II”.

 


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