Odorico Paraguaçu, segundo a enciclopédia virtual Wikipédia, é uma cômica personagem ficcional criada pelo dramaturgo brasileiro Dias Gomes e vivido, na televisão, pelo ator Paulo Gracindo. “Prefeito da cidade de Sucupira, o personagem se caracteriza por sua obsessão em inaugurar o único cemitério da cidade, construído como a principal promessa de sua campanha para prefeito, já que, sempre que morria alguém, o corpo devia ser levado para a cidade vizinha para ser enterrado. O problema de Odorico é que, após a inauguração do cemitério, ninguém mais morria. Desesperado, esta situação fez com que tomasse iniciativas macabras para concretizar sua promessa, provocando cômicas situações. No final, Odorico Paraguaçu é morto por Zeca Diabo (Lima Duarte) e inaugura o cemitério e de vilão passa a mártir.”

Líder de audiência, a telenovela o Bem Amado trata de espetacular modelo que viria multiplicar no Brasil, através do exemplo de políticos corruptos, com imagem suspeita e desmoralizada, daí pra baixo. Naturalmente para toda regra ha exceção.

O marketing pessoal cuida da imagem de pessoas na sociedade e profissionais no mercado de trabalho. É um dos elementos de grande valor e importância na formação, a começar da educação doméstica, cuidados, higiene, vestuário, formas de tratar, agir, reagir, refletir, construção de currículo, moral dos bons costumes, honestidade e justiça; na prática da filosofia social, a ética, os bons costumes, para nortear as relações, comportamento em geral, até possibilitar transformar simples mortais em líderes.

A pauta cotidiana, por exemplo, de um prefeito ou governador, presidente, ou qualquer outro gestor administrativo, não é fácil. Pois exige compromissos com partidos políticos, demandas internas e externas, administração de sua equipe, foco nas obras urgentes da cidade, estado e país; e raciocínio lógico e veloz para a tomada de decisões. Tudo isto como que um imenso laboratório no qual a bússola da opinião pública observa, indicando se este personagem vai bem ou mal nas pesquisas, nas ações que beneficiam a comunidade que o elegeu.

Além disso, os políticos gestores vivem o presente com um pé no futuro, pensando em reeleição. É grande a pressão daqueles que ali se encontram, desenvolvendo suas funções. Assim como jogadores de futebol, estrelas da mídia internacional, que um dia são aplaudidos para no outro serem insultados, rechaçados, eliminados do contexto do gosto popular. São muitos os problemas e dificuldades encontradas.

Durante aproximadamente cinco anos acompanhamos de perto o dia-a-dia do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no ano passado. Eduardo Campos preenchia o perfil físico, social e psicológico indicado para liderança. Desde a aparência (com destaque para os olhos verdes, vestuário, etc.), a origem, classe social, nível cultural, ambição, desejo, percepção, sensibilidade, modo de pensar e expressar, entre outras ações. Não por menos, morreu com 75% de aprovação.

Cada líder, como Gandhi, a Dama de Ferro Margareth Thatcher, presidente Getúlio Vargas, Churchill, Lincoln, Kennedy, Obama, e Lula, tem assim, o seu carisma, a predestinação, obviamente completada por seus processos e recursos de formação, missão, vislumbre, sonho; e deixam suas marcas. Evidentemente secundados por princípios educacionais, estratégias de ação, decisões de sim e não. O mesmo acontece com profissionais de futebol como Garrincha, Pelé, Neymar (não julgando, mas atualmente com problemas e sinais de estresse e desequilíbrio), as modelos internacionais como Naomi Campbell, Gisele Bündchen, Adriana Lima, Kate Moss e outras, as atrizes, os músicos, cientistas, dramaturgos, escritores, jornalistas, engenheiros, filósofos e muito outros modelos In, e também quase perfeitos.

Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing. g.sabino@uol.com.br