Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

Política com P maiúsculo


22/11/2007

Foto: autor desconhecido.

SALVADOR – Se há um valor particular no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, próprio de sua formação humanista, esta diz respeito à capacidade incomum de conviver com a adversidade e, no campo da política pura, se relacionar muito bem até mesmo com seus adversários partidários – estes nem sempre inimigos políticos, ao contrário.

É o que pode se aplicar como uma luva à audiência do presidente da República concedida ao governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima. Devo observar que não me refiro especificamente ao componente protocolar em si, mas à forma com que Lula trata o conjunto dos governadores, incluindo nesse contexto os tucanos e o líder filho de Ronaldo Cunha Lima.

Pelo que me disse o governador, por telefone, ele saiu da audiência atraindo a simpatia do Chefe da Nação para que a Paraíba enfim, emplaque um grande investimento, no caso representando por uma grande montadora de automóveis. Até imagino quem possa ser, mas como Cássio não quis antecipar não vou ficar chutando bolas ao léu.

Teve mais: na agenda, falou-se de novos investimentos através do PAC, de segurança e da BR-230, enfim, em diversos assuntos bem distantes do agouro ou da escassez do que fazer. A rigor, pelo que senti na fala do governador, tudo tem a ver com uma compreensão diferenciada que o presidente tem do desenvolvimento regional, isto é, ou partilha os investimentos com os 9 estados ou nunca se chegará a resultados sociais mais consistentes, apesar da briga continua dos três grandes estados.

O valor da imensidão política em Lula me faz um observador político a distingui-lo como pouco se faz neste Pais de dimensão continental.

Se reparar bem, a cena política da Paraíba só não é outra em termos de composição porque lá atrás Cássio bateu pino e recuou de uma aproximação com o PT e o presidente com perspectivas de forte impacto futurista. Mas, como nada disso aconteceu, cada um seguiu seu caminho mantendo o clima de namoro bem acabado(?), de gentilezas sinceras em quem tem grandeza de espírito.

Lula é este exemplo.

A fala de Cássio

– O presidente foi extremamente simpático e solidário com o argumento dizendo que iria contribuir com ela, até porque Lula tem uma visão de desenvolvimento regional como poucos – informou Cássio adiantando que “é possível termos uma novidade muito em breve”.

Lula garantiu rever o volume de investimentos do PAC na Paraíba para o próximo ano. “Falamos também de segurança pública com possibilidades de outros investimentos”.

CPMF

Cássio repetiu que vai a um encontro de deputados federais do PSDB nesta quinta-feira, em Brasilia, para ratificar sua posição favorável à manutenção da CPMF.

– Disse novamente ao presidente que vamos defender no partido posição favorável à CPMF porque não existe outro caminho para manter a perspectiva de grandes políticas publicas para o Pais – observou.

Além do Giro, a outra boa disputa

Daqui de Salvador, não me canso de atestar com certo sentimento de inveja (no bom sentido ) o grau da “boa briga” que a Bahia não abre mão de jeito nenhum, quando se trata de crescer, prosperar. Agora mesmo, como vislumbrei, os baianos não param de revelar certo ciúme com Pernambuco em face da ótima fase da Nação conduzida na fase Eduardo Campos.

Estive com muita “casca grossa” – gente de importância mesmo, das várias vertentes políticas e empresariais. Embora a briga interna também se efetive, quando chega a hora do “vamos ver” a Bahia se supera e não admite perder espaços econômicos para ninguém.

Pelo volume de projetos em curso, não há uma única seara (acho até que os terreiros de umbanda estão engajados) em que não seja contemplada por vultosos recursos federais ou próprios.

Jaques Wagner já antecipou que quer manter a Bahia como canteiro de obras gerando oportunidade de vida para os baianos viverem bem, decentemente – como se é desejado ter.

Logo ele, sabedor da força e da herança do Carlismo – sem dúvidas só o trabalho dobrado e a atração de recursos de larga monta podem fazer os baianos sem grandes saudades do velho guerreiro, que tanta falta faz aos opositores.

Aliás, foi ACM rumar para outra esfera e muitos ‘carlistas’ já debandaram, a partir do senador César Borges (ex-governador) e inúmeros deputados estaduais e federais reproduzindo a velha sabedoria popular: “rei morto, rei posto”.

Mudando um pouco o tom abrigando no contexto a inserção da iniciativa privada é fácil de constatar a ‘olhos nus’ que a Bahia, a partir de Salvador, não pára de crescer com investimentos, novas obras públicas, etc, sem contar a cultura de eventos captando muita gente para seu verão muito disputado.

Em síntese, insisto em dizer que exemplos como da Bahia, Ceará e Pernambuco precisam ser levados a sério por nossas lideranças políticas produzindo de forma sincera, verdadeira e de comprometimento real meios de manter a briga na hora da briga (eleições), mas unindo forças quando for tempo de brigar pelo crescimento coletivo dos paraibanos – lição já assimilada e posta em prática por nossos vizinhos.

Só na quinta-feira

Vazou um boato de que seria hoje (quinta) a sessão para conhecimento do voto do desembargador Abraham Lincoln sobre o Casa A União, depois dele ter pedido vistas.

Não procedia. O assunto entrará em pauta na próxima quinta-feira.

Já no TSE

Não só por ter passado por Brasília, hoje, mas pelo noticiário atento do portal WSCOM Online fiquei sabendo de que já está no protocolo do Tribunal Superior Eleitoral o volume do processo do caso FAC, que provocou a cassação do governador Cássio.

A partir da próxima semana começa o moído.

Outro caso

Aliás, quando menos se esperava, eis que o senador José Maranhão se mantém com processo em fase de instrução no TSE acerca de ação acusando-o de abuso de poder – considerada pelo TRE como improcedente, mas acatada pelo Tribunal Superior depois de recurso dos denunciantes.

A reportagem veiculada pelo portal WSCOM assinada pela competente jornalista Adriana Bezerra sobre o assunto repercutiu muito até por considerar semelhanças no caso FAC.

Última

“Vou me juntar ao Olodum/
que é da alegria…”


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