Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Política

Os efeitos da Operação Calvário na disputa a prefeito, a reação de Ricardo Coutinho, os atos de João Azevêdo e os novos desdobramentos


28/10/2020

Imagem ilustrativa

A Paraíba no geral e João Pessoa, no particular, convivem desde a terça-feira, 27, com os graves e danosos efeitos da Oitava Operação da Calvário no Estado gerando efeitos extremados por envolver figuras de expressão do cenário político-judiciário-administrativo, a partir do ex-governador Ricardo Coutinho, o ex-presidente do TCE, Arthur Cunha Lima, etc. São 134 milhões de desvios de recursos públicos da saúde, apontam as denúncias e processos.

Nesta 8ª Operação, circulou inicialmente informações incluindo o governador João Azevêdo como envolvido, algo que na sequência foi desmentido pelo Governo e Polícia Federal atribuindo tudo à famosa Fake News (notícias falsas) negando ações em torno do chefe do executivo. A campanha política em curso superdimensionou tudo.

Na essência da operação, registre-se que houve o bloqueio de recursos dos envolvidos, inclui-se na lista o próprio Ricardo Coutinho, sempre ele atribuindo tudo à perseguição montada e sem provas, diz ele, no que convive com posição do GAECO, CGU e PF dizendo ao contrário haver comprovações.

EFEITOS IMEDIATOS

A campanha do ex-governador a prefeito da Capital atraindo 53% de rejeição popular diante das acusações é o maior e mais forte efeito a curto prazo da Calvário porque, embora seja fundamental lhe garantir amplo direito de defesa, o conjunto de dados existente exige que além de retórica ele apresente argumentos convincentes já que há Documentos muito fortes.

Repetimos: é fundamental e indispensável assegurar amplo direito de defesa ao ex-governador.

Há ainda a parte do governador que, quando candidato em 2018, sofreu efeitos do apoio fundamental do ex-governador só que ele, Azevedo, pelos atos na sequência após eleição não ratificando os contratos das OSs – responsáveis pelos desvios – produziu afastamento e novos métodos não avalizando “o Projeto” nas condições expostas.

FIM DOS CONTRATOS

O fato expressivo no processo da Calvário está a decisão de João Azevedo de, já em novembro de 2018 quando começaram as prisões e delações, de encerrar os contratos a partir da Cruz Vermelha.

Leve-se em conta que foi a partir de revelações do Rio de Janeiro identificando desvios no Hospital paraibano (Cruz Vermelha)o inicio das delações e levantamento de documentos incluindo na principal delas, a de Daniel Gomes, responsável por 8 anos de gravação do ex-governador Ricardo com revelações arrasadoras.

Há um dado consolidado em 2020 como fator atenuante contra o atual governador porque desde o início do seu mandato em janeiro de 2019 começou a encerrar todos os contratos chegando ao final em 2020 constituindo Fundação PB da Saúde, aprovado pela Assembleia Legislativa, pondo fim às OSs.

Como síntese, após as decisões de Azevedo desde novembro de 2018, cessaram os repasses de propinas entre 10 a 25% dos recursos, conforme projeções no acervo processual.

Esta é a síntese e causa do fim das relações políticas e administrativas entre o ex e atual governadores. Nem por isso, João Azevedo deixou de superar a maior crise sanitária com efeitos fiscais e econômicos produzindo importantes obras e serviços no Estado, a partir de João Pessoa.

Voltaremos ao tema.


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