Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Política

Os efeitos da festa do PT para recepcionar Ricardo, ainda a dura realidade da Calvário e as agressões inadequadas da assessoria


16/09/2021

Ricardo Coutinho, ex-governador da Paraíba

O fato é que persiste na Paraíba a simulação de enfrentamento de narrativas sobre a conjuntura político-partidária, sobretudo diante da presença do ex-governador Ricardo Coutinho no contexto, próximo de reingressar no PT, cuja realidade tem impacto dentro e fora do partido, sobretudo porque ele convive com os efeitos da Operação Calvário, doloroso processo já chegando à abertura de 22 ações na Justiça. A síntese: desvios de milhões de recursos públicos.

Nesse cenário, se faz importante encarar o debate diante da dura realidade sem baixar o nível com agressões gratuitas, descabidas e extemporâneas como fazem assessores do ex-governador querendo atribuir a todos da Mídia postura alinhada em trama contra ele sob inspiração do Governo estadual. Não é verdade.

A “FESTA” DIA 27

Há informações geradas em articulação com a instância do PT Nacional de que possivelmente dia 27 ocorra a refiliação do ex-governador com festa e presenças ilustres. Faz parte.

Agora, Lula e a cúpula do partido precisam dimensionar que tamanho de palanque vão querer construir na Paraíba em 2022 diante da base partidária histórica a merecer respeito, e ainda levando em conta o governador João Azevêdo, rompido com RC porque não aceitou bancar as OSs para repassar “comissões” por 4 anos.

A SÍNTESE DO PROBLEMA

A assessoria do ex-governador insiste em reverberar a tese e/ou narrativa de que Ricardo Coutinho enfrenta mesmo processo de lawfare como do caso Lula mas, apesar da insistência transloucada compreendida, não é a mesma coisa.

No caso de Lula, comprovadamente houve Lawfare, como se atesta até no fato recente do empresário Leo Pinheiro atestando em texto escrito de próprio punho, diferentemente do que delatara para atender ao ex-juiz Sergio Moro, comprovando a inocência do ex-presidente.

Só que, na cena estadual, a situação é diferente porque nos processos derivados da Operação Calvário existem comprovadamente gravações de áudios (diálogos arrasadores do ex-governador com Daniel Gomes – Cruz Vermelha , bem como com diversos agentes de governo), além de inúmeros depoimentos, delações, vídeos, até devolução de bens, etc, expondo a existência de um esquema oficial de desvio de milhões de reais, em especial da Saúde. E isto não é lawfare.

Detalhe: em tempo, toda a trama foi descoberta pelo MP do Rio de Janeiro no Caso Sérgio Cabral e não no MP da Paraíba, que foi acionado a seguir.

Aliás, o último e 22o processo em que a ex-secretária de Saúde, Roberta Abath, é execrada por não assinar “contrato” de interesse do esquema é capitulo inaceitável.

HISTÓRICO E FUTURO

Não há como negar a imensa capacidade rejuvenescida de Lula no trato dos grandes e vários problemas enfrentados ao longo dos tempos, nos quais ele é grato ao ex-governador, portanto, mesmo assim precisa redimensionar a reciprocidade para não abandonar seu companheiro, mas há necessidade de ser advertido de que a conjuntura é outra depois da Operação Calvário.

Para a Mídia responsável é até traumático conviver com o gestor de muitos resultados encalacrado em trama policial mas, independentemente de sentimentos, a realidade precisa ser encarada do jeito que ela é.

AMPLO DIREITO DE DEFESA

Em qualquer situação, é indispensável assegurar amplo direito de defesa ao ex-governador em todos os casos.

SÍNTESE

No mais, os cães ladram e a caravana passa.


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