Política
OPINIÃO: WS explica como postura de Azevêdo em não defender o projeto à cega gerou o rompimento
O multimídia e analista politico Walter Santos expõe fatos e circunstâncias que levaram o ex-governador Ricardo Coutinho a romper com João Azevedo por não ter assumido integralmente o projeto e seus efeitos, até a Calvário.
18/12/2019

Na imagem, o jornalista e analista político Walter Santos
Por Walter Santos
Portal WSCOM
A fase final da Operação Calvário: o cenário previsto por Ricardo sem reação de João Azevêdo, que assim gerou o rompimento
O mandado de prisão em torno do ex-governador Ricardo Coutinho nesta terça-feira era tudo o que o líder socialista não queria viver e, à boca miúda, previa evitar esse extremo desconforto, por isso lá atrás, apostou em eleger um governante que fizesse a defesa do seu legado nos vários níveis.
Esta é a síntese do enredo que Ricardo Coutinho imaginava ver em João Azevêdo na defesa integral pós sua gestão, inserindo no contexto todo problema da Calvário, só que ao invés de confrontar o establishment, o atual governador não agiu assim, ao contrário resolveu colaborar.
Começa aí a trama do rompimento entre os dois.
ARREPENDIMENTO
Quando viu que João não embarcaria no papel de defesa intransigente dos fatos sucessivos expostos na Calvário, a partir daí, estrategista e líder determinado ao combate, Ricardo Coutinho começou a se arrepender de não ter disputado o Senado quando ainda no governo, com caneta promovendo últimos atos, percebeu que João Azevêdo não reproduziu sua mão de ferro com inimigos.
Ricardo, guerreiro de todas as horas, queria ver João na linha de frente contra setores da Justiça, incluindo o MPE, peitando o GAECO e não renovando o mandato de Seráfico Nóbrega por ser apoiador dos promotores indomados. Ao ratificar Seráfico eis mais uma lenha na fogueira.
MÍDIA ABRIGANDO ADVERSÁRIOS
Já com Luís Torres, Ricardo se irritou ao atestar blogueiros ou jornalistas inimigos começando a participar da mídia. Ao Nonato Bandeira chegar na Secom só ampliou o ódio porque não admitia sob hipótese nenhuma que adversários sejam mantidos na verba oficial. Ricardo quase tem infarto ao atestar esta cena.
Nesses dois casos, ele queria o Governo aceso contra os inimigos instados na justiça e da mídia, mas nada disso aconteceu.
ASSEMBLÉIA, OUTRO MOTIVO
Ainda governador em 2018, Ricardo manobrou em reuniões com a presença de João Azevêdo e dos deputados estaduais eleitos para fazer Cida Ramos presidente da Assembléia Legislativa. Talvez imaginasse estar num tempo de dificuldade como agora.
O fato é que os parlamentares se insurgiram contra, consolidando Adriano Galdino na presidência do primeiro biênio. Ricardo com Gervásio manobraram para o voto ser aberto e neste caso, mais uma vez, foi derrotado com aprovação do voto fechado.
A outra investida derrotada foi a tentativa de fazer Hervázio Bezerra presidente no segundo biênio, levando os deputados a elegerem Adriano Galdino novamente diante do surgimento do grupo dos 11 irritando Ricardo como nunca.
O fato é que, ao invés de retaliar o grupo o governador João Azevêdo abrigou-os como aliados irritando como nunca o ex-governador.
CONCLUSÃO
Como atestou que João Azevêdo não serviria para o papel que ele precisava, restou o caminho do rompimento.
Eis a questão de fundo da atual conjuntura.
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