Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

Onde Cássio quer chegar


29/09/2003

Foto: autor desconhecido.

Deu para perceber de cara, ontem, no semblante do governador Cássio Cunha Lima que o seu estágio de vida pessoal e política anda leve, mesmo que voltada também com investidas de significação no processo econômico e administrativo do Estado a partir dos últimos entendimentos –incluindo os recentes da Europa – devendo ter repercussão no aspecto eleitoral em 2004.
    
Diferentemente do retorno da primeira viagem à Europa em pleno exercício no Governo desta feita, na entrevista coletiva, Cássio deixou-se tomar por um contexto de positivismo como a querer contagiar as demais instâncias de Governo, de aliados e da sociedade de uma maneira geral.
    
Ora, se um agente público está com agenda restrita de novidades diante da atual recessão econômica e passa a contar com dezenas de perspectivas, só se pode deduzir que avanços conjunturais passaram a existir como possibilidade, daí a contextualização do entusiasmo de Cássio. `Mutatis mutandi ´ – a agenda econômica do governador tomou novo fôlego depois da Europa.
    
Tanto na fala posta quanto nos temas abordados no Palácio da Redenção, sobretudo na parte da entrevista em si, o Porto de Cabedelo e o Pólo Ponta do Cabo Branco (especificamente) significaram os alvos – efeitos mais imediatos com a vinda de empresários europeus nos próximos dias para conhecê-los e, como se prevê, atrair novos investimentos.
    
Só que, embora haja otimismo, não dá para ignorar o contexto adverso até porque o Governo não terá condições de implementar o que quer tão rapidamente. Há muito o que ser feito, desde a promoção de nosso mercado, qualificação de mão-de-obra, maior participação da iniciativa privada, etc.
Não é à toa que o Governo precisará reverter condições desvantajosas no mercado nordestino como se dá, por exemplo, no valor da bilhete / passagem de acesso à Paraíba muito superior aos dos estados vizinhos. São entraves como esses a atrapalhar nosso turismo.
    
Cássio retomou a convivência com a Paraíba e seus problemas sem se desgrudar da roda maior – a cena nacional – de onde emanam importantes decisões, a exemplo das atuais Reformas Previdência e Tributária com efeitos imediatos na estrutura dos Estados.
    
Pelo olhar de quem esteve 13 dias em outro ritmo não há muita diferença em tese a encarar na volta ao trabalho pelo que lhe foi relatado pela vice-governadora em exercício, Lauremília Lucena. É que os dramas e comédias do Estado se mantiveram sem sobressaltos, portanto, sob controle efetivo.
    

No contexto macro das políticas, o fato relevante construído na base aliada na sua ausência se fixou na aprovação do PCCR da Educação por se tratar de elemento emblemático dado o segmento envolvido e a promessa de campanha se concretizando dentro de parâmetros básicos, possíveis, mas reais a serem cumpridos.
    
Agora, paralelo aos entendimentos estrangeiros, Cássio vai precisar sentar rápido com os presidentes do Judiciário, Legislativo, MP e Tribunal de Contas porque parte das ações de 2004 depende dos números do Orçamento, até porque as contas ensaiam já estarem superior às possibilidades do cofre bancar.
    
Eis o resumo da nova ópera.
    
Veneziano se credencia
    
A filiação do vereador Veneziano Vital, ontem, em Campina Grande serviu para dar demonstração de vigor político na disputa eleitoral na cidade a partir do PMDB, mais revigorado com as adesões de ontem, diante das lideranças do partido – a partir dos senadores José Maranhão e Ney Suassuna.
    
A performance de Veneziano o credencia como candidato a merecer respeito porque a dados de hoje se mantém no páreo.
    
Intervenção no PDT
    
Na segunda maior cidade do Estado, Campina, pode haver intervenção no diretório do PDT por conta da saída de Veneziano – conforme declarou, ontem, o presidente regional Chico Franca.
    
Para o dirigente, a cúpula nacional – leia-se Brizola e Manoel Dias – estão criando as condições de tirar o PDT de perto de Veneziano.
    
Gilson não será vice
    
O empresário Gilson Frade, presidente do Sinduscon, confirmou ter recebido convite para ser candidato a vice pelo PT de João Pessoa, mas disse que recusava porque não pode se afastar de suas atividades empreendedoras.
    
– Embora tenha agradecido a lembrança, não serei candidato – afirmou.
    
Crime comprometedor
    
A morte da última testemunha dos crimes registrados na fronteira entre Paraíba e Pernambuco precisa servir de razão para a Secretaria de Segurança agir mais forte para enfrentar a bandidagem naquela região.
    
Ontem, o Secretário da Segurança, Noaldo Alves, criticou os setores dos Direitos Humanos por levarem o agricultor para depoimento sem a devida segurança.
    
Independentemente, é preciso agir mais.
    
Demissão no Sebrae
    
O superintendente do Sebrae, Marcos Guedes, disse ontem ao presidente da Assembléia Legislativa, Rômulo Gouveia, que decidiu mesmo demitir o consultor fundador do Sebrae, Mauro Nunes, apesar de ponderações de diversos superintendentes regionais do Sebrae.
    
Marcos começou o processo de demissão quando no início da gestão não gostou de questionamento do consultor. A demissão unilateral e arbitrária pode até ter valor legal, mas a história jamais perdoará tamanha perseguição.
    
Detalhe: foi um dos poucos consultores que na campanha de Cássio assumiu tal condição usando adesivo, camisa verde e sendo ameaçado.
    
Umas & Outras
    
… Hoje é Dia de comemorar a data da Secretária, profissional de nível superior do curso Secretariado Trilingue, e de indispensável valor nas empresas e organizações.
    
…A propósito, ontem, fiz uma palestra para dezenas de profissionais, atentas, no IESP. Independentemente, vejo muito futuro para essa categoria especial.
    
Última

`… Você que inventou o pecado/ora invente o perdão…´


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