Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Política

O terrorismo midiático


26/02/2020

O historiador, produtor cultural e advogado Rui Leitão

O viés ideológico que domina a grande imprensa nacional na atualidade faz com que estejamos assistindo a prática de um verdadeiro terrorismo midiático. A pauta dos grandes conglomerados jornalísticos está voltada para atender os interesses políticos e econômicos do receituário neo-liberal. A ordem é amplificar o ambiente de crise, produzir um clima de insatisfação que turve a capacidade de discernimento dos cidadãos.

 

A intenção é confundir ao invés de informar, fazer da mentira a arma de persuasão, impor como verdade absoluta o pensamento que estrategicamente colocam no exercício político do jornalismo que adotam. As previsões sinistras insistentemente colocadas, têm o propósito de provocar um surto de pessimismo nacional, cumprindo assim o papel a que estão sendo orientados a executar.

 

Há um interesse visível de depreciar tudo o que aconteça no Brasil, na lógica de que “o quanto pior, melhor”, vai conduzir a uma consciência coletiva de que na experiência do passado está a saída para as dificuldades do momento, desprezando e desqualificando o que de positivo se construiu no presente.

 

O mais grave, no entanto, é a impatriótica tática de fomentar o sentimento de ódio, criar animosidades, incentivar as divergências a ponto de criar conflitos entre as pessoas nos debates políticos. O momento exige comportamentos de união, busca consensual para que se encontre a solução dos problemas que afligem o país independentemente de partidos políticos ou paixões ideológicas. Se raciocinarmos com equilíbrio, vamos chegar à conclusão de que as contendas só agravam a crise política, com repercussão na crise econômica. Precisamos de um jornalismo comprometido com os interesses nacionais, atuando de forma isenta, informando sem proteger ou demonizar ninguém. O ideal é que possamos debater as questões que trazem preocupações circunstanciais a todos nós, mas sem nos deixarmos influenciar pela emoção das paixões políticas.

 

Esse terrorismo midiático a que estamos sendo submetidos, não traz qualquer benefício à nação. Pelo contrário, incita à violência e promove o desespero. O Brasil é maior do que as eventuais manifestações partidárias de qualquer dos lados em luta eleitoral. Temos que nos tornar imunes ao envenenamento a que se propõe oferecer aos brasileiros, num enorme esforço de manipulação da opinião pública.


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