Pela primeira vez na vida percorri todo o percurso da Procissão de Nossa Senhora da Penha – da concentração, na Avenida João Machado, defronte à Igreja de Lourdes, até a praia que, além de Missa e cânticos, abrigou a festa profana em si com todos seus valores mundanos.

Impressiona dentro e fora da procissão a força da fé exposta por milhares de fiéis em cânticos intermediados com rezas antigas. Não é demais afirmar que a Procissão tomou tamanho extraordinário podendo até ser encarada a mais expressiva manifestação de rua da Igreja Católica em João Pessoa.

Como percorri todo o trecho desde a parte final até a frente da procissão, onde se fixaram as duas imagens da santa – uma conduzida a pé e no ombro sob revezamento de fiéis, e outra, maior, exposta em carro (camionete) – deu para passar todos os 14 quilômetros entre gente de todas as idades ( até idosos e crianças) e classes sociais – claro que a grande maioria formada pela ‘massa real, gente do povo no sentido puro da palavra.

Deu para perceber que, de uns anos para cá a Igreja Católica absorveu na organização da procissão o reforço de segmentos da própria igreja como a comunidade Manah, além de moradores da praia da Penha de boa posição social.

Isso permitiu um sentido organizacional importante e indispensável, embora lamente ter atestado um ar de ‘certa disputa’ no aspecto da condução das imagens de Nossa Senhora da Penha – algo absolutamente inaceitável porque se trata de um evento de comunhão e não divisão da fé.

Além de disso não fazia sentido a correria, a pressa imposta pelos que conduziam o cordão de isolamento onde se estava a santa iluminada, sobre o carro.

No mais, reconheça-se: há de fato um sentido de força da fé sempre crescente, como a atestar que todas as camadas estão cada vez mais tementes a Deus.