Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

O silêncio de Cícero


15/11/2003

Foto: autor desconhecido.

O amor e ódio em torno do prefeito Cícero Lucena promovem leituras apaixonadas – prós e contra – sobre seu estado de avaliação na realidade política da Capital que, distante das paixões, ainda o faz eleitor importante na disputa da Prefeitura de João Pessoa.
    
Há, como muitos hão de convir, que o espaço temporal até o próximo ano ainda promoverá muitas novidades, podendo até revelar pedras não constantes no atual tabuleiro político, só que a sucessão não se faz com desejos particulares em detrimento do interesse coletivo.
    
Diferentemente das paixões, Cícero vive um ciclo de alternâncias – altos e baixos – porque os reclamos da sociedade são como unha: você até os administra, os corta, mas eles nunca deixam de existir.
    
Trocando em miúdos, a administração de Cícero varia ao sabor do freguês. Se perguntar a diversas vertentes da sociedade organizada não será novidade se alguém disser inadvertidamente que ele está `morto´ politicamente, sem influência alguma.

Doutra vertente o mesmo se dirá. Basta perguntar a um aliado qualquer que ele, com desejos de agrados mil ao chefe, afirmará que tudo está sob controle, portanto, o futuro prefeito sofrerá interferência direta de Ciço – como dizem os de casa.
    
O exame das várias opções e leituras permite projetar que nem uma nem outra coisa é absoluta, isto é, nem Cícero é carta fora do baralho nem ele domina a cena local.
    
O desgaste situacionista é verdadeiro porque não há como atender o volume de reivindicações continuas porque a barriga não espera, muito menos a vontade de viver, daí ser real o grito dos excluídos quando não tem médico para atender, remédio para curar da forma que a realidade expõe.
    
No paralelo, leve-se ainda em conta os nomes postos à avaliação do processo. São políticos com biografias próprias – de situação e oposição – buscando credenciarem-se diante do eleitorado, já não mais interessado em Messias – do tipo que promete trazer o Céu para consumo humano.
    
Só que, na Capital particularmente, os nomes expostos pela Oposição têm – cada um à sua maneira – o respaldo para meter medo ao esquema de Situação até porque o pré-candidato Ruy Carneiro trabalha feito bicho sem, como se imaginava, para construir a aura absoluta de apoio em torno de si. É como estivesse sendo um motor alemão ultrapassando o deserto precisando conquistar o fundamental que é o coração humano.
    
Já a Oposição se divide entre Ricardo Coutinho, o atual preferido, Avenzoar Arruda – preparado com estrutura nunca vista – e Manoel Júnior buscando se credenciar interna e externamente – daí ser óbvio imaginar um quadro definido, que não está, porque o PFL anda arisco para construir novidades.
    
Se é assim, deduz-se que a Oposição tem nomes de expressão diante de uma esquema de Situação, que ainda se prepara para produzir o verniz de toda a campanha podendo sê-lo construído, como se faz agora através de Ruy, ou se admite alternativa outra, que só o tempo será capaz de dizer como e quando ele será necessário.
    
Cícero anda vivo, melhor dizendo, trabalhando com os vivos.
    
Ainda a Oab I
    
Os candidatos a presidente da OAB / PB –Arlindo Delgado, José Agra e Levi Borges – voltaram a se encontrar, ontem, no debate na Rádio Sanhauá. Durante uma hora e meia tiveram momentos de exposição de metas e confrontos particulares um com outro.
    
Ao final, ficou evidente o tom acre da Oposição em relação a Arlindo Delgado, mas sem propositura clara sobre como fazer diante do que criticam.
    
Arlindo, acuado do início para o meio do debate, cresceu quando ousou se contrapor com energia aos adversários.
    
Ainda a Oab II

Na parte inicial do debate ficou claro que os dois candidatos de Oposição centraram o foco no candidato Arlindo. Foram questionamentos permanentes a merecer resposta de Arlindo Delgado.,
    
Do meio para o fim, o candidato de Situação reagiu na direção da Oposição – e esta, por sua vez, se degladiou permitindo a Arlindo sair do debate sem o desgaste pretendido pela Oposição.
    
Formando equipe
    
O deputado estadual Manoel Juniuor não encontrou no processo eleitoral de João Pessoa só para constar. Nos últimos dias, tem ampliado os contatos e apoios de setores universitários e empresários decididos a apóia-lo.
    
Já tem até grupos de trabalho em andamento.
    
Futuro de Cássio
    
Podem anotar: se depender do deputado estadual Gilvan Freire, o governador Cássio Cunha Lima vai deixar o PSDB, já já. Aliás, amanhã, Gilvan deve ocupar a tribuna da Assembléia para fazer essa defesa, da saída do chefe do executivo do ninho tucano.
    
No parlamento estadual, o deputado faz o que o vereador Tavinho Santos já o fez na Câmara Municipal.
    
PSDC chegando
    
A cúpula nacional do partido se fez presente, sábado, para reforçar o apoio em João Pessoa à pré-candidatura do Pastor Edvan na disputa da Prefeitura.
    
Pode até parecer fixação, mas o Passtor botou na cabeça de vez que vai para o segundo turno. Ou a outro lugar qualquer.
    
A zoada é intensa.

Umas & Outras
    
…Camboinha se prepara para ser o centro das conspirações de alta resolução, a partir deste verão. Candidato que não estiver por lá, pode ganhar experiência, menos a prefeitura.
    
… O PT não estancou as conversas com o PSDB.
    
… O PT nacional tem pesquisa do Ibope que permite o projeto de reeleição de Cozete. Por isso ela anda rindo.
    
… Não foi à toa que esteve em João Pessoa, quinta, com Socorro Ramalho – mesmo não atendendo telefonemas.
    

Última
    
` O ser tão / vai vir amar..´
        


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