O fato político de maior relevância neste domingo, sem dúvidas foi a ascensão do senador José Maranhão como novo presidente do PMDB em substituição ao digno engenheiro Haroldo Lucena.

Maranhão consolidou com isso a soberania absoluta de seu domínio partidário sem dar chances nenhuma a outras vertentes e/ou lideranças incluindo o ex-senador Ney Suassuna, que aliás manteve sua tradição de entrar saindo dos ambientes sem dar trela aos partidários.

Antes de chegar ao significado de Maranhão ressalte-se que esse procedimento de Ney só o faz distante e cada vez mais fazendo pouca falta aos seus aliados – não diria amigos e familiares, estes demais solidários com ele.

Mas, o fato é que a convenção fez de Maranhão um líder absoluto na legenda. O partido, antes dominado por Humberto Lucena, Ronaldo Cunha Lima, Antonio Mariz e agregados, agora é o partido de Maranhão – e disso ninguém tenha dúvidas.

Só que a predominância do senador tem a ver com circunstancias extra-partido, isto é, em face dos processos em andamento na justiça eleitoral. Um deles, formalizando o pedido de cassação do mandato do governador Cássio levantou alento para muitos aliados na ânsia de verem a retomada de poder pelo parlamentar, daí a presença expressiva na convenção do domingo.

Não houvesse isso, a convenção seria um fiasco em termos de freqüência e expressividade, como se deu em outros momentos lá atrás quando o PMDB amargou tempos de solidão e pouca estrutura.

Nesse interregno há ainda a figura emblemática do senador Ney Suassuna, personagem de influencia inegável mas difuso e meio perdido no comando de seus passos visando o futuro ate porque assumiu a condição de pouca relevância na composição do futuro diretório, na sua maior densidade tomada de maranhistas.

Se é assim, Ney se enfraquece enquanto participação efetiva no comando partidário da Paraíba e se cala quando mais poderia falar com vistas ao seu futuro político – se é que ele quer mesmo retornar à cena, agora mais dependente no campo pemedebista de aval para ter sua candidatura.
Se age assim, desatento, provavelmente tem outra forma de agir e/ou está com outro projeto partidário no futuro – e esse, se distante de Maranhão certamente que terá proximidade com a outra banda da lua atendendo pelo nome do governador Cássio.

Em síntese, a perspectiva de poder animou o PMDB em meio à distancia sacramentada entre Maranhão e Ney – de cujo casamento já não resta nem mesmo a saudade.

Pelo menos foi o que os dois deixaram transparecer.