{arquivo}Tem muita gente falando aprumado e com sensatez extrema diante de movimentos localizados de reacionários à Direita,suponho, contra a Política brasileira e no rescaldo de sentimentos segregacionistas, atacam Nordestinos, Nortistas, etc – esse conjunto de humanos extraordinários que tanto tem feito para construir com suas mãos e talento o Sudeste, mesmo assim ainda tempo de conviver com mudanças sócio-econômicas ao longo dos últimos anos.

Uma dessas pessoas chama-se Francisco César Gonçalves, artista consagrado, negro, de origem muito humilde no interior da Paraiba, especificamente Catolé do Rocha, mas que, com seu talento incomum dialoga com o mundo artístico – cultural e político expressando uma leitura pertinente sobre a realidade atual.

À BBC, Chico tocou na ferida, na raiz do preconceito beirando a racismo inaceitáveis para os tempos de hoje, só porque na disputa presidencial há a possibilidade de Dilma Rousseff ser reeleita daí as manifestações inconcebíveis. Até do sociólogo FHC ouvimos e lemos declarações preconceituosas inadmissíveis.

E disse mais:"Claro que há esse tipo de visão ainda, mas ela depõe mais contra quem a expressa do que contra os nordestinos ou nortistas. Trata-se de gente que perdeu privilégios ou que se sente insegura nem por ter perdido, mas por perceber que o outro que se encontrava abaixo dele na possibilidade de acesso aos bens e serviços agora não está mais. Encontra-se mais próximo, ou no mesmo patamar. É gente assustada por ter de dividir o elevador social com quem antes ia pelo elevador de serviço", disse o músico.

Noutro trecho ele vai fundo na questão: "Há muita gente magoada por ter de pagar direitos trabalhistas a empregadas domésticas, por viajar de avião ao lado de gente que antes levava três, quatro dias para atravessar o país de ônibus, pelo fato de o filho do vigia de sua rua ou do zelador do prédio estudar na universidade, pois ele sabe que este rapaz ou moça não ocupará mais cargos de subemprego. Acho que temos de responder sempre ao preconceito. A qualquer preconceito, que às vezes também temos e nem percebemos.

Chico César, no entanto, não concorda com a atitude de alguns internautas que, supostamente para "dar o troco", passaram a atacar paulistas via redes sociais.

"São Paulo não combina com generalizações. Elegeu prefeita a paraibana Luiza Erundina. Um pouco depois, o negro e carioca Pitta. É terra de punks e skinheads, de programa de auditório e poesia concreta, de uma das maiores paradas gays do mundo", disse. Para o cantor casos isolados de preconceito não devem ser generalizados.

Sem dúvidas alguma,  Chico César se mantém com leitura precisa e postura política elevada porque não podemos transformar a disputa democrática numa seara abrigo de manifestações racistas, tal qual a onda minoritária nazista espalhada pelo mundo.

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