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O QUE É MESMO NEUROMARKETING?


16/05/2014

Foto: autor desconhecido.

  O que faz um torcedor em campo de futebol atirar uma pedra contra um bandeirinha quando este parece errar na arbitragem é assunto para análise, um estudo de etologia, uma leitura da conduta animal e do subconsciente humano. O que faz uma pessoa se auto fotografar, se promover e postar nas redes sociais é assunto para psicanálise, psicologia, e outras ciências sociais. O que leva jovens a copiarem comportamentos de artistas, jogadores e outras personalidades do mundo da fama, tatuar corpos, perseguir e até matar ídolos como aconteceu com o ex-Beatle John Lennon, são fatos curiosos do comportamento humano. Por esta, entre outras razões, avançam cada vez mais os estudos associados de biologia, antropologia, sociologia e mais recente, o neuromarketing. Imbecis ou inteligentes, somos todos consumidores potenciais.

Justamente, o neuromarketing, essa palavrinha que vira moda e tem sido incorporada ao vocabulário da comunicação publicitária, é responsável por identificar através de pesquisa e estudos, o que pensa, deseja e consome o público alvo das grandes empresas ou, por exemplo, um público eleitor em época de campanha. Tudo isso, alinhado a processos de inovação, da forma de como atingir e atender as necessidades específicas de cada mercado. O Neuromarketing, que tem como um dos seus expoentes o publicitário, consultor e conferencista Jürgen Klaric, nascido na Califórnia – EUA, fundador e presidente do Mindcode, a maior e mais importante empresa de inovação e neuromarketing em nível internacional; é por assim dizer, um método revolucionário para decodificar a mente, subconsciente e inconsciente.

Quando os métodos tradicionais já não são suficientes para projetar uma empresa e torna-la competitiva, e inovadora a frente de consumidores exigentes e inteligentes; e quando os profissionais de marketing aposentam o achismo e a adivinhação imposta durante décadas ao mercado; eis que se apresenta o diferencial, a troca pelo neuromarketing, descobrindo e interpretando o que há por traz da mente do consumidor.

Saber por que, muita vez as pessoas mentem, dizem uma e fazem outra coisa. Apostam, por exemplo, num candidato político, quando no fundo irão escolher outro. Escondem as verdades sobre uso de produtos eróticos ligados a intimidade e os consomem em quantidade; dizem se proteger de comer alimentos que engordam e superlotam lojas das cadeias Bob´s e Mc Donalds, e aumentam cada vez mais o consumo de carne que agora tem slogan e sobrenome de Friboi ou Sadia, ou qualquer outra; entre tantas questões e pesquisas relevantes ao mercado; é uma necessidade interativa diretamente relacionada ao ambiente corporativo.

Discutir sabores, preferências, jeito de vida, cultura, crenças, etc., faz parte do social, faz parte do mundo. As empresas, no entanto, devem estar atentas para as mudanças que ocorrem a cada instante. Não basta apenas vender passagens aéreas para atender ao transporte de passageiros, isso qualquer empresa de ônibus ou taxi pode fazer; ou promover um evento de Copa do Mundo pensando em registrar bons índices econômicos e sucesso. Tem que buscar entender o que deseja o consumidor, como espera ser atendido, e algo mais. Esse diferencial competitivo significa buscar entender e se posicionar a frente das necessidades do consumidor. Para isso é necessário entende-lo. E para sabe-lo é preciso estudar seu comportamento, sua psique, o que acontece ao redor no seu mundo e que causa impacto sobre sua vida. O neuromarketing vem provocar e discutir porque tanta empresa desmonta e fracassa e, afinal, minimizar o custo desses erros na economia global, partindo para uma vida e um mundo melhor para todos.

O neuromarketing vem ainda, tratar do conceito de aumento da estima das comunidades, de inovação, sustentabilidade, colocando foco na pessoa (e sobre isso também o Papa Francisco já falou); interagir com as pessoas de uma forma muito mais humana e inteligente. Como escreveu (em 1970) o futurista Alvin Toffler, em seus livros Choque no Futuro, e A Terceira Onda; e aqui no Brasil cantou o artista Lulu Santos: Eu vejo a vida melhor no futuro… Numa época em que dispomos da nanotecnologia, da descoberta das células tronco, da comunicação via internet nas nuvens e tudo o mais; estamos agora partindo para a quarta onda e a isso se alinha o Neuromarketing.

Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing.
g.sabino@uol.com.br


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