Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

“O QUE É BOM, DURA POUCO”


10/07/2013

Foto: autor desconhecido.

Aqui e ali ouvimos alguém dizer: “O que é bom dura pouco”, ou que “tristeza não tem fim, felicidade sim”. Essas frases nos chegam como um lamento por não se ter aproveitado melhor alguns momentos de satisfação, de felicidade, de realização. E assim, muitas pessoas vivem a se queixar, tentando se convencer disso.
 

A verdade é que por acharmos que os bons momentos serão eternos estamos sempre deixando de vivê-los intensamente. E depois ficamos lastimando o seu fim. Esse entendimento de “o que é bom dura pouco” tem a ver com a satisfação imediata dos nossos desejos e do egoísmo que subestima o afeto do outro.
 

Quando valorizamos os bons acontecimentos eles se prolongam no seu prazer, geram boas lembranças e se perpetuam em nossas mentes. Armazenam-se na memória com a vontade que se repitam. E até mesmo um rápido instante de prazer pode se tornar algo inesquecível, conforme nos diz o poeta :“Eu possa dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure.”
 

Temos o costume de exaltar muito mais o que nos causa desconforto e sofrimento em detrimento do que nos causa felicidade. O que torna comum, quando estamos preocupados, ou nos sentindo triste fazer uso do nosso precioso tempo ocupando nossas mentes com pensamentos pessimistas, temerosos e ansiosos.
 

Devemos mesmo é mirar em bons exemplos como esse de Carlos Drumond de Andrade, “eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.”

* Integra a coletânea de textos que intitulei “REFLETINDO A SABEDORIA POPULAR (ditados, expressões e provérbios)”.

 


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