Feliciano Neto

Professor e Consultor em Gestão de Marcas.

Economia & Negócios

O que a sua marca vai ser quando crescer?


01/11/2021

Quando crianças, era comum que me nos perguntassem com frequência a respeito da profissão que escolheríamos na vida adulta. Uma brincadeira cujo objetivo era gerar algumas risadas diante do teor das nossas respostas anedóticas. Ao contrário de muitos dos meus amiguinhos, nunca quis ser astronauta ou bombeiro e passei um bom tempo afirmando que seria médico (a profissão do meu pai). Mal sabia eu que as brincadeiras que inventava, os desenhos que tanto gostava de fazer e os valores que aprendi na prática em minha rotina de família grande, estavam forjando as competências e habilidades que, futuramente, me orientariam para a comunicação, para o empreendedorismo e para a docência.

A situação dos jovens hoje é um pouco diferente. A maioria irá exercer profissões que nem sequer existem ainda. Gosto bastante de utilizar essa ilustração para demonstrar como as pequenas empresas devem encarar o seu crescimento. De fato, não temos como prever as condições futuras dos nossos mercados para fazer planos de longo prazo precisos. Definitivamente, já se foi o tempo quando diretores de empresas podiam sentar em suas cadeiras confortáveis e imaginar um horizonte com etapas óbvias de crescimento que só dependiam do seu próprio esforço e dedicação.

A verdade que temos que encarar é que, da mesma maneira que os jovens não são mais capazes de responder o que serão quando crescerem, nossas empresas também não podem prever o cenário do mercado em que estaremos inseridos no futuro. Muito provavelmente, estaremos prestando serviços ou vendendo produtos que nem sequer existem ainda.

A melhor forma de encarar essa máxima é, para mim, muito parecida com o cenário que vivi na infância. Nenhuma criança normal pauta sua vida e rotina na resposta que dá aos pais quando imagina o que vai ser quando crescer. Antes de tornar-se bombeiro, astronauta ou médico, ela se ocupa em ser criança, em construir suas experiências, em aprender coisas novas, cair e levantar. A hora de crescer chega naturalmente. Da mesma forma, as empresas que pretendem se desenvolver, devem preocupar-se muito mais no que são hoje do que no que fazem ou hão de fazer. Isso remete à adoção de modelos de gestão que tragam os conceitos de valor e de identidade para centro das suas atividades.

É muito fácil ficarmos presos a processos datados por conveniência e medo do novo, no entanto, devo pontuar que esse tipo de atitude pode ser muito bem remediada com uma boa injeção de consciência de valor. Em outras palavras, as nossas marcas precisam se preocupar muito mais em quem são para a sociedade, que impacto pretendem causar e que benefícios se propõe a entregar. O tão desejado crescimento será consequência do desenvolvimento dessa identidade. Uma jornada que desenvolve naturalmente as competências e habilidades necessárias para prosperar no mercado e construir um futuro do qual possam se orgulhar. Ao longo dessa caminhada, é natural que novas práticas sejam desenvolvidas, novos caminhos traçados, e que haja um crescimento forte e saudável. Por incrível que pareça, assim como crianças, organizações jovens são mais capazes de absorver mudanças e aprender novas culturas. Há menos variáveis para trabalhar e mais espaço para mudanças. Basta que reconheçam o seu potencial e não se permitam intimidar pela sua pouca estatura.

Entendo que o tom dessa artigo esteja mais filosófico do que de costume, mas posso afirmar que existem sim, maneiras práticas e acessíveis de aprender a encarar seus negócios sob esse prisma e adoraria poder conversar com os mais interessados. A maneira mais fácil de iniciar um diálogo comigo, é através de minha página no Instagram: https://www.instagram.com/metagestao/. Fiquem todos bem e até a próxima reflexão.


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