Música
O poder revolucionário da música
14/11/2024
É indiscutível a tese de que a música tem poder. Através dessa manifestação artística são reveladas expressões de sentimentos, desejos, decepções, mas, também, de exposições críticas que permitem reflexões sobre a sociedade em que vivemos. Nas letras das canções, encontramos, muitas vezes, inspiração para agir como promotores de mudanças sociais e políticas. Ao tempo da ditadura militar do século passado, aqui no Brasil, artistas colocavam na produção musical mensagens subliminares com o objetivo de fugir da censura. O subjetivo atuando como importante aliado cultural dos protestos coletivos.
Músicas questionadoras do contexto sócio-político de cada tempo, fazendo da arte um instrumento de protesto e de conscientização. Sempre foi a melhor forma de enfrentar e combater a alienação cultural. As denúncias ganham mais força de mobilização social quando dirigidas a governos que não sabem conviver com a democracia. Nas construções poéticas os compositores engajados politicamente exploram temas considerados indesejáveis pelos governantes de plantão. Funcionam como um toque de despertar para realidades intencionalmente ocultadas.
São símbolos sonoros que ganham características revolucionárias, transformadoras, servindo de intervenção social e de resistência cívica, gritando e cantando contra intolerâncias e desigualdades. As canções de protesto alimentam movimentos populares, funcionando como armas de luta. Possuem a capacidade de ser formadoras de opinião pública, influenciando comportamentos e encorajando o ativismo político. Ainda que conhecidas como canções de protesto falam de paz, justiça, esperança, amor, quando se percebe a falta de tudo isso em determinados momentos históricos.
A turbulência política dos anos 60 do século passado estimulou a produção das canções de protesto, ultrapassando a função de entretenimento para se afirmar como instrumentos de transformação social e de conscientização política. Fazem o relato histórico de um movimento contra o poder ditatorial instituído. Ficou conhecida como a “Era dos Festivais”.
São canções que se eternizam. Basta eclodir qualquer sentimento de insatisfação política, elas são novamente entoadas, porque se tornaram hinos. Unem pessoas, despertam paixões, encantam os ouvidos, inspiram mentes, aquecem corações, traduzindo o que muitos gostariam de dizer sobre algo que esteja produzindo indignação. Artistas, corajosamente, usaram a música como arma pacífica para enfrentar a opressão e a injustiça. E como é bom interpretar suas mensagens e cantá-las na vibração entusiasmada do enfrentamento de uma luta.
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