Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

O Poder à Esquerda na PB e as pontes entre Ilhas


25/12/2014

Foto: autor desconhecido.

{arquivo}Até a presente data, poucas são as avaliações com natureza sociológica mais profunda expondo com riqueza de detalhes a ascensão da Esquerda e de gerações ligadas a ela no comando do Governo do Estado e da Prefeitura de João Pessoa como nunca se registrara ao longo da História. Só que, ao chegar ao Poder, esta vertente se viu despedaçada com pessoas e partidos de mesma origem forjadas em conflitos a merecer pontes de reconciliação.

Embora possa parecer estranho, quem primeiro simbolizou a ascensão à Esquerda foi o ex-governador Antonio Mariz, sempre com fortes vínculos nessa tendência socialista, apesar de sua origem de elite interiorana.

Mas, de forma clara e de resultados, quem inaugurou mesmo esta ascensão de classe foi o ex-vereador e ex-deputado Ricardo Coutinho ao conquistar a Prefeitura de João Pessoa, logo servindo de trampolim para chegar ao Poder maior, o Governo do Estado, seqüenciando-se vitória espetacular (não imaginada por boa parte da população) contra Cássio Cunha Lima e toda a classe política.

Este componente em torno de RC é muito relevante porque ao longo da História o Poder sempre foi exercido por pessoas de familias tradicionais e, quando não muito, no caso do ex-governador Tarcisio Burity mas com vinculos e compromissos com Elite (vide José Américo de Almeida).

Ricardo é, portanto, quem rompe primeiro o elo dessa escalada de familias tradicionais.

NO CAMINHO MUITOS ‘ALIADOS’ INIMIZADOS

A ascensão de Ricardo não foi tão simples e fácil, como possa aparentar. Para se afirmar como líder de perspectivas e vitórias, o governador se confrontou com diversos partidos à Esquerda, a começar pelo Partido dos Trabalhadores, e diversos agentes políticos nos mais diferentes segmentos da sociedade.

Na Cultura, por exemplo, a ascensão de RC produziu inúmeras intrigas entre pessoas relevantes do meio que passaram da condição de amigos a inimigos por força deste projeto liderado pelo governador ao exigir obediência total ou, quem assim não procedesse, seria tratado como inimigo. É a velha tese Stalinista (Rússia) nos tempos presentes.

Um exemplo, entre centenas, para não ficar na tese: dois amigos com vivência de irmãos, no caso Fuba e Alex Madureira, de repente passaram a se tratar com inimigos em face da conjuntura política criada gerando na relação com Ricardo, antes siamesa, passando a ser adversários.

TEMPO DE PONTES PARA QUEM QUER CRESCER

O governador conseguiu em 2014 a façanha de ter dois adversários concebidos como aliados estratégicos em momentos diferentes. O mais importante e fundamental no primeiro turno foi o PT – leia-se o apoio total do prefeito Luciano Cartaxo. Eram adversários, diziam um sobre o outros coisas de tom péssimo, mas que superaram divergências em nome de um interesse comum: vencer o Governo e disputar bem o Senado.

Na fase decisiva, de segundo turno, RC jogou o óbvio que foi atrair o PMDB e o senador eleito para seu palanque gerando o que todos sabem.

O danado é que na estrada passada foram muitas as ilhas criadas cultivadas de ódios por força da inimizade política, da busca de Poder mesmo, agora, no tempo presente, precisando de pontes e mais pontes para provar que não vale exercer a radicalidade partidária ou política sem deixar janelas para se abrir.

Este é o resumo do que vamos acompanhar em 2015 para saber se há de fato interesse e engenheiros construindo as pontes da reconciliação.

Só o tempo dirá.

ULTIMA

“Se foi assim/ assim será…”
 


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