Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

O novo comando do TJ


30/01/2007

Foto: autor desconhecido.

A práxis, melhor dizendo, a ritualística na transmissão do cargo de presidente do Tribunal de Justiça para o desembargador Antonio de Pádua Montenegro não deve trazer nada de novo, se comparado ao valor em si do rito comum em cerimônia dessa magnitude.

Como vem de Roma a influência cultural, o estilo a ser posto em prática traduz muito a imponência que o Poder Judiciário consegue impor à sociedade civil e militar, como o faz da mesma casta a Igreja Católica Apostólica Romana. Tudo é soberano enquanto ritual.

Mas, obstante os valores comuns e renovados a cada mandato, não é igual como possa pensar a imaginação comum, a essência de quem preside cada gestão. É que, nesse caso, impera a natureza humana, a formação e índole de cada pessoa – homem ou mulher.

Dentro dessa premissa, a ascensão do desembargador Antonio de Pádua Montenegro carrega consigo seu próprio modo de tratar o mundo com rigor ao mesmo tempo ternura, ou, noutra forma continuada, o dom destemido sem perder a forma de ouvir para sentenciar com firmeza.

É difícil, aparentemente, imaginar que um homem rígido seja tão terno ao mesmo tempo, mas o desembargador Antonio Pádua Montenegro o é.

Tem mais: seu ‘pavio curto’ não é suficiente para lhe tirar o senso justo de avaliar momentos difíceis de dar a ultima palavra condenando ou absolvendo réu ou quem o faça necessário de opinar como derradeiro.

Mas, é na cultura e formação do homem entronado em seminário rigoroso, nas idas e vindas do curimataú que nunca lhe saiu do quengo (no bom sentido da palavra, como se diz lá na Torrelândia), nas tertúlias intelectuais, na descoberta da companheira Socorro para sempre, na renovação de valores abstraídos nos volumes que o fez usar lentes de aproximação, enfim, da dedicação à magistratura surge para o comando do TJ o desembargador Pádua.

Basta ver seu peito estufado de satisfação, o riso sincero, o balançado do corpo meio obeso de sedentarismo, que está lá à frente a figura do novo presidente conduzindo-se ao mais alto posto da magistratura por mérito próprio e, agora, reconhecimento até dos leitos afeitos a conhecer o mundo do judiciário.

Só que, romantismo ao lado, terá muitos desafios à frente para produzir uma administração de resultados, capaz de tocar na famigerada lentidão judiciária, nas demandas judiciais, sobretudo, para quem mais precisa de amparo – no caso os desafortunados da sociedade, os mais humildes – melhor dizendo.

O desembargador Pádua terá, além de tudo, de gestar bem as relações com seus pares, os serventuários e outros níveis de Poderes, esses já afeitos ao jeito do novo presidente.

Em síntese, agora é a vez de encarar mais do que satisfação, o mister de ser juiz na essência agregando vários outros valores de líder da magistratura sob o olhar crivo da sociedade.

Seus pais bem vivos certamente diriam: ‘boa sorte, meu filho’.


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