Alberto Arcela

Publicitário e jornalista

Música

O mundo pós rock


08/06/2023

 

 

Não lembro bem como tudo começou, mas, só sei que ele mudou para sempre a minha vida e de muitos outros jovens da minha geração.

Durante um certo tempo, quando lecionei Educacão Artística no Liceu Paraibano, ainda tentei compreender melhor e até mesmo explicar a sua essência, mas acho que o bom e velho rock and roll transcende o vão conhecimento e parece que sempre existiu na sua forma e conteúdo.

O certo é que, representou, a grosso modo, ao mesmo tempo uma revolução e também uma evolução com as inúmeras possibilidades de forma e estilo que foram se multiplicando com o tempo.

Um pouco mais tarde, me rendi aos rebuscados dos progressistas e clássicos, mas, nos primeiros anos, influenciado por Kali – que tocava uma guitarra imaginária quando escutava as canções -, vibrava com o Def Leppard e o Led Zeppelin – esse um dos mais importantes grupos de rock da história.

Havia também o Ten Years After, o Iron Maiden e o Deep Purple, e também o The Who de Roger Daltrey que levou o memorável Tommy para o cinema.

Inicialmente, o bunker era na Gama Rosa, onde morei no bairro do Roger, mas depois mudou-se de malas e bagagens- e também guitarras – para o Castelo Branco.

Entre um e outro lugar, já despontava a magia de grupos como o Yes – Close to the Edge tocou na minha vitrola à exaustão – e o Pink Floyd ainda na sua primeira formação com o Syd Barrett.

Mas, também não faltavam nas sessões de música, bandas talentosas como Jethro Tull – de Ian Anderson – e o insuperável Genesis, ainda nos tempos de Peter Gabriel. E também o The Police de Copeland e Sting.

Já na rádio Arapuan, assisti de camarote a chegada de novos grupos como o Queen com seu Bohemian Rhapsody e, um pouco depois, ao U2 de Bono Vox, lutando por uma Irlanda livre.

Em 1985, realizei o sonho de ver algumas dessas bandas na primeira versão do Rock in Rio, e pude fazer as pazes com meus sonhos dos anos jovens.

Ali estavam em carne e osso, os ídolos que embalaram as horas intermináveis de som e delírio que compartilhei com meu irmão Tota, Kali e muitos outros toqueiros que já não estão nesse mundo.

Repeti a dose em 2001, onde pude conhecer ao vivo expoentes de uma outra geração como o Oasis e o R.E.M e também matar saudades do bom e velho Sting.

Só sei que hoje estou velho demais para o rock and roll e novo para morrer. E sei também que a escada para o céu continua no mesmo lugar assim como os portões do delírio e da percepção.

E também sei que hoje é dia de rock, bebê.

Por isso, aumente o som.


O Portal WSCOM não se responsabiliza pelo conteúdo opinativo publicado pelos seus colunistas e blogueiros.
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.