Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

O movimento dialético


28/03/2016

Foto: autor desconhecido.

 

A crise política, econômica e social, por que passa o Brasil na atualidade, faz com que se estabeleça um movimento dialético histórico. A contraposição e contradição de idéias promovem o desenvolvimento da dialética, que em sua compreensão literal quer dizer: caminho entre as idéias. É, portanto, nesse debate no pensar que se constroem novas formas de concepção da vida, principalmente quando nos voltamos para definir rumos políticos.

O ideal, então, é que esse movimento dialético seja melhor aproveitado, sem utilizá-lo como instrumento de divergências para fomentar divisões, clima de beligerância, inimizades. Já dizia o pensador grego Aristóteles, que a dialética é a lógica do provável. Enquanto Hegel completava o entendimento, afirmando que é um erro “atribuir valores exagerados a verdades limitadas, prejudicando a percepção da verdade geral”.

Conceitos opostos podem guiar a lógica dos pensamentos, em busca do ingresso na razão. O que está em discussão é a saída adequada para os problemas que vivenciamos momentaneamente, na necessidade de vencermos a desesperança e reencontrarmos o caminho da normalidade que garanta um futuro promissor, num ambiente de harmonia. Esse debate de idéias, se tratado com sensatez e respeito às diferenças de pensamento, pode nos ajudar no estabelecimento da verdade, despreocupados em eleger ideólogos vitoriosos , nem perdedores na visão crítica circunstancial.

O processo dialético pode nos oferecer as respostas para as diversas questões que nos afligem no momento. Mas para que isso aconteça, há a necessidade de que aos debatedores se internalize a consciência de que inexiste a onipotência da razão.

Ainda é Hegel que nos ensina: “a História é dialética, possibilitando-nos interpretar os fatos á luz de acontecimentos pretéritos, tendo na conseqüência racional a ação dos homens”. As antíteses forçam as mudanças que transformam o real. Divergir não representa dizer que algum lado esteja totalmente errado, nem absolutamente certo. Valendo-nos das experiências do passado, é normal que cada um tenha a sua interpretação que oportuniza imaginar um futuro sem repetição de erros pretéritos e corrigindo as falhas do presente.

Concluo fazendo um apelo no sentido de que as diferenças ideológicas e políticas sejam elementos de construção  de um futuro harmônico, nunca um divisor social que enseje conflitos que, certamente, só dificultarão chegarmos a um consenso em favor coletivo.


 


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