Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

O moido do TCE, a Anistia e o Conselho


29/04/2010

Foto: autor desconhecido.

SÃO PAULO – Em pleno 17 graus da ´Paulicéia Desvairada´ deu para sentir distante o pulso
tabajara e no Pais com a quinta-feira muito aquecida em termos de bastidores politicos
e de fatos registrados em diversas áreas, como a reunião do Conselho de Desenvolvimento
Econômico do Estado, a atitude do procurador Marcilio Toscano Franca de reprovar a
ascensão do ex-deputado estadual Artur Cunha Lima de ascender ao Tribunal de
Contas, bem como a decisão do STF de manter a leia da Anistia como está, sepultando
a esperança de familias ainda chorosas de saberem de seus filhos desaparecidos.

São coisas distintas, eu também sei, mas ao que parece é a sintese do dia.

Claro que, em terra de muito moido político, chama mais a atenção o ´carão´que o
procurador deu na reunião desta quinta, no TCE, reprovando a possibilidade de
Artur ascender ao Pleno como conselheiro, sob argumento de que não atende aos
pre-requisitos mínimos.

Antes de chegar no assunto mais importante do dia – o debate sobre como projetar
nosso futuro – tenho a leitura de que, quando expremer bem forte, tanto o procurador
quanto o TCE vão ver que o ex-deputado encontrará meios de resolver pendências e,
assim, assumirá a vaga no Tribunal.

O fato mais sério não está no papel, na letra fria da lei, mas no processo em si
porque a composição da forma que está afeta impressões de imparcialidade dos doutos
conselheiros que tiveram de alguma forma participação dura como militante político lá atrás,
por isso vejo o TCE em crise para falar em isenção no julgamento de contas
onde existir exame entre alguns membros da corte e figuras da vida partidária,por exemplo,como o governador
José Maranhão.

Expliquemos: até 1998 / 2002/2010, alguns dos conselheiros atuais, como Nominando Diniz,
Fernando Catão, Fábio Nogueira e agora Artur Cunha Lima tiveram posicionamento de
oposição ao atual governador. Se isso é verdadeiro, indaga-se: haverá isenção
no julgamento de contas tomando por base esses elementos políticos do passado recente?

Isto, sim, é que incomoda e deve gerar ainda muita zoada afetando o tribunal
como instância de fiscalização porque o fator político haverá de gerar muita
polêmica  e questionamentos ainda.

Quanto a Artur, logo logo conseguirá as condições de que precisa e deve
assumir, exceto se algo de grave existir – o inimaginável porque até dias
atrás ele era o primeiro sucessor do Governo com todos os poderes na
Assembléia sem nenhum questionamento acerca de sua vida ilibada. Na prática

Artur tem história a merecer respeito.

O procurador faz sua parte, mas como diria Maria Julia (minha querida mãe
in memorian), o buraco é mais embaixo.

O FUTURO EM DEBATE

Infelizmente, a incivilidade não permite que figuras de posições diferentes
no Estado, enquanto projetos políticos, possam estar em mesmo ambiente discutindo
nosso futuro. Mas, enquanto pode, o Governo cumpre seu papel, como aconteceu
nesta quinta-feira na primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico
do Estado.

Senti a falta de Lafaiete Coutinho por tudo o que representa enquanto formulador
de projetos e idéias, mas nada disso tirou o brilho das figuras memoráveis
presentes ao debate, onde o governador Maranhão mostrou que está antenado,
sobretudo com instancias do pensamento, a exemplo da Universidade Federal da
Paraiba – particularmente, porque o reitor Rômulo Polari tem produzido estudos
importantes sobre como enfrentarmos nossos obstáculos.

Saber que Maranhão e Polari, como exemplo 3 por 4, se dispõem a debater as
mazelas é sinal de que podemos construir um Planejamento adequado às nossas
necessidades pondo no mesmo barco governos, representações empresariais, de
trabalhadores, sociedade civil, militar e instâncias de proa do conhecimento,
como as universidades.

Não caminho se não for por essa consciência de discussão profunda e civilizada.

A ANISTIA

Meu temperamento sempre foi de pacifista, por isso entendo quando lá atrás
a sociedade resolveu fazer um pacto visando darmos um passo adiante na então
combalida democracia brasileira. Em sendo assim, perdoamos torturadores e
guerrilheiros – atores do enfrentamento que vitimou muita gente neste pais.

Mas, passado tanto tempo e olhando ao redor no que acontece na Argentina,
por exemplo, onde torturadores (de qualquer facção) sentaram no banco dos
réus fico imaginando que o Brasil de fato não sabe passar a limpo seu
passado de muitas aberrações desumanas.

Sei não, mas nesta noite de quinta-feira, vivi a dor das mães e pais que
ainda hoje não sabem nem têm resposta para o sumiço de seus filhos – todos
envolvidos na esperança de um Pais melhor.

UMAS & outras

…Durante 48 minutos, estive no Consulado da Bélgica tratando de assuntos que

ainda vão dar muito o que falar, a partir da Revista NORDESTE e dos 9 Estados –

foco de longa conversa devendo atrair ivnestimentos futuros para nossa região.

Valeu o esforço.

 

…O prefeito Luciano Agra demitiu todos os familiares de Fernando Milanez da

Prefeitura. Fez o que Ricardo Coutinho ou não teve coragem ou gerou pacto de

tolerância. Agra está com "gota serena", diriam os meninos da Torre. E, olhem,

que ele sempre se mostrou mansinho.

…Anotem: vai estourar um monte de bombinhas.

…Em Brasilia, lideranças nacionais só falam do crescimento da NORDESTE.

Nesta quinta, Serra recebeu a revista e fez muitos elogios.

ÚLTIMA

"Tem dias que a gente se sente/
como quem partiu ou morreu…"


O Portal WSCOM não se responsabiliza pelo conteúdo opinativo publicado pelos seus colunistas e blogueiros.
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.