Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

O lulismo


12/03/2017

Foto: autor desconhecido.

 

Em primeiro lugar é preciso distinguir o lulismo do petismo. Lula está acima do que se possa tomar como adesão ao partido a que ele pertence. Ele é um fenômeno político que ainda vai ser matéria para estudos sociológicos por muito tempo pela frente. Possui um carisma que na história não encontramos precedentes. Porque essa predileção tem raízes ideológicas e sociais germinadas no apoio das camadas mais pobres da população. Nem poderia ser diferente, ninguém fez tanto pelas camadas sociais desprotegidas pelo poder público quanto ele.

Sei o quanto vou ser apedrejado por essa afirmação, mas ela nasce de uma definição de consciência. A propaganda intensamente colocada na grande mídia não conseguiu me fazer mudar de opinião. Estou imune ao poderio manipulador da imprensa reacionária e de direita. Continuo pensando num Brasil em que as diferenças sociais sejam minimizadas, em que as elites percam seus privilégios, em que a justiça social seja a bandeira maior de qualquer governo a se instalar em nosso país.

O lulismo se identifica com o povo, o pobre, a faixa da população esquecida pelos poderosos. Não precisa ser do PT ou defensor de Dilma para admirar Lula enquanto gestor público. Corro o risco de perder muitos amigos por defender essa convicção política, porque vivemos um tempo em que a discordância passa a ser agressão. Ninguem quer debater as questões políticas, prefere tomar partido de forma radical, demonizando aqueles que pensam diferente.

Ser lulista é se contrapor a uma situação em que todas as posturas politicas só favorecem as elites, ferindo de morte a democracia. Discordar diso é ser comunista, socialista, petralha. Não me preocupo com a classificação que me ofereçam. Decidi ficar acompanhando a minha consciência crítica. Não me curvo à pressão ideológica da direita imposta pelos que fazem opção pelos ricos, nem pela força propagandística da imprensa manipuladora.

O lulismo não morrerá jamais, porque foi construído como uma definição histórica. Suas marcas ninguém conseguirá apagar. A História se encarregará de colocar os pontos nos is.
 


O Portal WSCOM não se responsabiliza pelo conteúdo opinativo publicado pelos seus colunistas e blogueiros.
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.