Geral

O JOGO SUJO DA FIFA


28/05/2015

Foto: autor desconhecido.

          O jogo sujo da FIFA, que se torna destaque nas manchetes de todo o mundo com a prisão de sete importantes nomes da gestão do futebol mundial, compromete até então e dá visibilidade para outro jogo: da escola de corrupção. Trata de uma situação delicada do marketing esportivo envolvendo consumidores de várias gerações no planeta, apaixonados pelo futebol, o principal esporte mundial.

Tudo isso por dinheiro. Já não basta que o tráfego de drogas para abastecer a demanda de consumo mundial tenha que manipular pagando propina a governos corruptos. A saúde, a educação, os esportes e diversos outros setores do marketing mundial atravessam forte crise de comportamento ético legal.

Quando nasce uma criança e esta começa a dar os primeiros passos e despertar sensibilidade para competir na vida, através do uso de jogos com bolas, vídeo games, natação, judô ou qualquer outra categoria, ali, intríseca à pureza dos garotos, está a ganância das grandes marcas para financiar o que o marketing chama de fidelidade do consumidor. Sim. Porque desde os primeiros passos, com a escolha da marca da bola, do tênis, vestuário, fármaco, alimentos que fazem promessa de saúde e futuros campeões, a forma de vestir, comportar-se, brilhar na vida, a cultura que envolve todo um ambiente esportivo e naturalmente presente na vida de todos os seres da comunidade social do planeta.

A criança cresce consumindo marcas e estas patentes se imprimem na história de sua vida, com essencial retorno para as grandes empresas que investem em suas marcas e produtos. Sem que se perceba, calouros voluntários vestem camisas de times de futebol pelo mundo e isso dá lucro aos donos das marcas. A manipulação se faz como que uma lavagem cerebral, utilizando expediente que passa não apenas pela corrupção de compra de direitos de transmissão de TV, como também escolha de países que serão sede da Copa do Mundo, entrando assim para a vitrine da história e tendo vantagem econômica sobre comunidades e nações concorrentes.

US$ 150 Milhões de dólares, o valor médio anunciado como a propina que teria circulado durante os últimos vinte anos para que as decisões sobre a Copa do Mundo viessem viger nos diversos cantos do planeta significa apenas uma gorjeta diante do tamanho dos valores que retornam aos cofres das empresas e países.

O que deveria ser uma simples competição de futebol amador, passa a ser o arrojado crime organizado de um império chamado FIFA, violando as leis, a ética, a moral e os princípios de direitos humanos de ir e vir com liberdade. O crime organizado compra a quase tudo e todos e torna o jogo cada vez mais comprometedor. Tudo isso com a assinatura de patrocínio de marcas do tamanho de Visa, Nike, Adidas, Mc Donald´s, Hyundai, Coca Cola e muito outras, que agora se dizem preocupadas em proteger seus patrimônios. O consumidor é, no final das contas, apenas aquele dadinho que rola nos jogo dos interesses internacionais. Na prática, estamos todos manipulados pelo jogo da corrupção que decide o que vamos assistir como opção de lazer.

Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing.                                                                                                             g.sabino@uol.com.br


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