Enquanto a crise econômica movimenta as manchetes da Europa em torno da Grécia falida que estende o pires pedindo ajuda; a China anuncia um boom sócio econômico; a Rússia predomina em poder e armas contra o domínio do petróleo que se torna escasso e precisará da troca de uso por novas energias combustíveis; e os Estados Unidos buscam parceria com o Brasil para garantir respirar no futuro, estamos aqui na Paraíba refletindo novos diálogos…

Foi em 1970 que o escritor americano Alvin Toffler lançou seu livro Choque no Futuro, e depois, em 1980, A Terceira Onda. Estes dois livros são como que enciclopédias futuristas que até hoje podem ser consideradas atuais. Muito do que ali escreveu só agora acontece em diversos cenários do mundo, como o colapso político, o impacto da tecnologia e as cabanas eletrônicas (nossas moradas), com seus microcomputadores de bordo, smarths, e todo tipo de acessórios interligados ao universo, a sobrecarga de informação, etc. Toffler previa uma grande onda no mundo impactando nossas vidas como nunca antes.

Quando vemos modificações na maneira de educar, relacionarem-se, conviver, participar de associações e instituições religiosas, políticas, sociais, estamos refletindo esse choque de futuro já, e a onda pós as eras agrícola, industrial, pós-moderna e tecnológica, entre tantas outras mudanças que virão para dar lugar ao novo.

Quando vemos profissionais que decidiram abandonar seus gabinetes, e até grandes salários em multinacionais, para optar por serviços simples que retornem em satisfação e alegria, como o exemplo de um casal de publicitários que resolveu fabricar e produzir brownies para venda nas portas de escolas e faculdades; pessoas que resolvem abrir seus ambientes domésticos para oferecer hospedagem caseira, ou simplesmente prestar serviços informais; tudo isso indica que estamos no futuro.

Quando avançam as crises econômicas, as massas são obrigadas a refazer seus costumes para sobreviver. Como não bastassem, as grandes corporações dos setores automobilísticos, construção civil, eletroeletrônicos, bancos e financeiras, gestões administrativas e governos são também levados a refazer planejamentos, buscar saída e novas soluções. São desafios das grandes crises que impactam nossas vidas. Desemprego, serviço informal e temporário – os chamados bicos, cooperativas, multitarefas, voluntarismo, solidariedade, e outras formas de conviver. São naturalmente chamados dos novos tempos para resolver a pauta do dia, ou seja, a necessidade urgente do homem com respostas de vida a seu tempo.
Ainda, lendo a obra de Allan Kardec, o professor e cientista francês que em 1857 codificou a doutrina espírita, baseada nos ensinamentos de Jesus, o Cristo, estruturada em três aspectos, quais sejam a própria ciência, filosofia e religião; observamos também aspectos futuristas indicando o talento de possibilidades que o homem atingirá na terra a caminho da plenitude. Estes indicativos de Jesus, o grande psicoterapeuta, que dividiu o tempo, entre o Antes e Depois de Cristo, reservam revelações dadas gradualmente a seu tempo. Para despertar no ser humano, conexões que o beneficiam a partir do exercício do amor. São eficientes receitas conjugando perdão, calma, afastamento do estresse, paciência, solidariedade, cooperação, etc., e o exercício da paz mundial, a grande resposta.

Explorando ainda um pouco mais a literatura espírita, com link nos propósitos futuristas, vamos encontrar na grande obra do médium brasileiro Chico Xavier, no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, de 1938, assinada pelo espírito do doutor Humberto de Campos, revelações com riqueza de detalhes que ilustram o Brasil superando a fase desde o seu descobrimento para tornar-se grande potência no futuro. Claro, a um custo de muita luta, sangue e superação de crises impactando na terceira onda e muito outras. Fica um registro de esperança.

Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing. g.sabino@uol.com.br