Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Política

O FRACASSO DO DISCURSO GOLPISTA


01/08/2022

(Foto: Rodrigo Gorosito/G1)

O gigante está acordando. O otimismo da vontade de vencer as forças regressivas que insistem em matar a nossa democracia renasce. Percebe-se uma mudança na consciência nacional, com a sociedade civil organizada se unindo para superar o quadro catastrófico que planejava nos conduzir para um estado de exceção. A razão cívica passa a predominar, reagindo ao processo de desmonte das instituições republicanas, impondo uma derrota aos golpistas de plantão.

A onda autocrática que vinha assolando o nosso país começa a perder impulso. Os discursos que fomentam a guerra entre compatriotas, já não encontram a receptividade de antes. É bom lembrar o verso de um poema de Murilo Mendes, que diz: “quem semeia espadas, colhe cadáveres”.

A carta às Brasileiras e aos Brasileiros que será lida no dia onze de agosto em todas as capitais do país, despertou o entendimento de que, para defender a democracia, não se pode ter medo, nem perder tempo. Em poucas horas a adesão à sua mensagem já ultrapassa a casa das quinhentas mil assinaturas.

Em 1977, quando das comemorações do sesquicentenário de fundação dos Cursos Jurídicos no País, o professor Goffredo da Silva Telles Júnior, no território livre do Largo do São Francisco, na capital paulista, leu a Carta aos Brasileiros em que denunciava a ilegitimidade do então governo militar, conclamando o restabelecimento do Estado Democrático de Direito. A semente plantada naquela época rendeu frutos. Acreditamos que a História está se repetindo. As ameaças de uma ruptura institucional, tão continuadamente propagadas, encontraram, enfim, a reação patriótica de setores da sociedade civil.

Divergências menores são deixadas de lado em favor de algo muito maior, a defesa da ordem democrática. Ditadura pertence ao passado. Não há mais espaços para retrocessos autoritários. Chegou a hora de fazer a boa política. O movimento pela reconstrução do país tem que ser abraçado por todos os democratas. É mais do que urgente resgatar a soberania nacional. O idealismo e a resistência estimulam a ação no presente para a construção do futuro. Os pregoeiros do retrocesso, da violência política, da intolerância e do ódio, já sentem o gosto amargo da derrota. A obsessiva intenção de sepultar a nossa democracia encontra nessa Carta que será lida no dia onze de agosto, o posicionamento firme da sociedade civil organizada na trincheira em defesa da nação, do povo e do Estado Democrático de Direito. DITADURA NUNCA MAIS.


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