Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

O Elite e a Toca do Coelho


07/06/2016

Foto: autor desconhecido.

 

No início da década de setenta os locais mais preferidos pela juventude pessoense para viver os prazeres da vida noturna eram o Elite Bar e a Toca do Coelho. A cidade começava a dispor de mais opções para as baladas de fim de semana. A animação ficava por conta das músicas eletrônicas, novidade da época, e das bandas de rock que surgiam na “era Beatles”.

O Elite Bar, além de um restaurante tradicional, era uma referência turística de Tambaú, tendo sido o primeiro equipamento de lazer da nossa Capital. Nos anos setenta se modernizou e além da excelente gastronomia que oferecia, tornou-se ponto de afluência das pessoas que queriam aproveitar as noites de sexta e sábado para divertirem-se, seja nas reuniões para bate-papos regados a cerveja, rum montilla ou uísque, seja para vivenciarem as oportunidades da paquera e desfrutarem do prazer de dançar.

Funcionou exatamente no limite das praias de Tambaú e Manaira, numa esquina da orla que fica defronte ao atual Bahamas, na Avenida Ruy Carneiro. Sua estrutura física foi demolida para dar lugar a uma agência do Banco do Brasil. Ao seu lado, onde hoje está instalada a PBTur, ficava o ponto de final de embarque e desembarque das linhas de ônibus, facilitando a chegada dos freqüentadores que não possuíam automóvel, entre os quais eu me incluía. A pista de dança era ao ar livre, com mesas espalhadas ao seu redor.

A Toca do Coelho ficava numa área elevada com entrada pela Avenida Ruy Carneiro, por trás do atual Espaço Gospel. Até pouco tempo nesse local existia a Granja Bela Vista, antes de propriedade de Domingos Monteiro, conhecido como Mansidão. Como o próprio nome do bar e restaurante sugere, sua especialidade era a carne de coelho, mas o cardápio de aperitivos era bem variado.

Durante o dia funcionava como restaurante, mas a noite se transformava em bar dançante. Sempre casa lotada, apesar da dificuldade de acesso, pois a parte da Avenida Ruy Carneiro não era ainda pavimentada, o que trazia transtornos na locomoção em sua direção, principalmente no período de chuvas. Mas era um ambiente muito agradável e despontou logo como uma das mais interessantes alternativas da noite pessoense.

Duvido que meus contemporâneos não sintam saudade dessas animadas baladas noturnas, que nos proporcionavam alegria de viver numa cidade tranquila, em que se podia circular pelas ruas com segurança e freqüentar festas na certeza de que não correria riscos de ser vitimado pela violência urbana.

• Integra a série de textos “INVENTÁRIO DO TEMPO II”.
 


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