Dois momentos mostraram, ontem, na Paraíba, a verdade nua da contradição entre o esforço de combate ao crime organizado, agora acordado como meta prioritária, e a punição invertida de trabalhadores rurais quando a cadeia se coaduna muito mais com os bandidos soltos por aí com amparo legal do então silêncio comprometedor.
    
O conteúdo do parágrafo parece confuso, mas não é. Expliquemos: foi preciso a presença do Secretário Nacional dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, para tornar conceitualmente público o questionamento sobre a prisão por 1 ano e 7 meses de honestos agricultores paraibanos, quando o ambiente deveria estar mesmo ocupado pela bandidagem que anda implantando o terror na fronteira.
    
A alegação tornada em sentença pela Justiça considera os oito trabalhadores rurais formadores de bando, quadrilha – ou coisa que o valha – tornando evidente a máxima de que `decisão da justiça não se discute, cumpre-se´, mas é chegada a hora de reparar na própria instância jurídica superior a condenação que, como disse, melhor se adequa aos marginais violentos e organizados.

Há um avanço no processo em curso porque, enfim, o Governo do Estado resolveu assumir conjuntamente com as forças de segurança de Pernambuco ações comuns de desmantelamento dos grupos de extermínio soltos a amedrontar as fronteiras dos dois estados a partir de Itambé (PE) e Pedras de Fogo (PB).

Ainda em tempo, ao invés de restringir-se ao debate sobre a conceituação se há ou não crime organizado na Paraíba do ponto-de-vista científico, o Governo preferiu assumir as provas das ruas, as estatísticas dos boletins de ocorrências a nos meter medo pela fúria e ousadia do crime.
    
O debate envolvendo Nilmário e representantes dos dois estados – diante do anfitrião Cássio Cunha Lima, em Palácio da Redenção, expôs a necessidade urgente de correr contra o relógio e tentar resgatar ao máximo as condições operacionais de por as mãos na rede do mal amparado supostamente por integrantes ou ex de corporações policiais, daí a reinvenção do `Mão Branca´ em pleno Século XXI.
    
O fato é que, agora reparada a perda de tempo anterior, Nilmário e Cássio selaram impulsos e compromissos em nome dos Direitos Humanos para respeitar a vida mas botando os criminosos na cadeia.
    
Enquanto isso, a esperança noutra ponta do novelo de lã tece a expectativa de que os agricultores possam voltar a normalidade da vida, percorrendo o campo com liberdade e compromissos com a dignidade das lutas porque a justiça de Deus e dos homens pode tardar, mas jamais há de falhar.
    
Li-bras
    
A presença do senador Ney Suassuna na comitiva presidencial em plena viagem ao Oriente Médio amplia o zum-zum-zum de que ele vai assumir um ministério.
    
Mas, nos bastidores, o empresário Ney se consolida pelos altos negócios criados de alguns para cá exportando açúcar e promovendo compra – e – venda de petróleo.
    
Antes mesmo da viagem ter sido acertada, Ney foi chamado pelos Embaixadores do Irã e da Síria para intermediar a pauta dos entendimentos bilaterais.
    
Enfim, o Estatuto
    
Passada a fase dos insultos, dos debates e, na etapa final, o consenso gerado em torno do texto básico do Estatuto do Servidor já permite ao líder do Governo, Zenóbio Toscano, anunciar na próxima semana a votação do projeto-de-lei.
    
Zenóbio enviou ontem o texto para conhecimento das lideranças dos servidores.
    
Debate tributário
    
Na Câmara de João Pessoa, ontem, o clima não esteve para calmaria. Também não poderia ser diferente diante de um tema que mexe com o bolso das pessoas e as organizações, daí o novo Código Tributário não merecer consenso.
    
Enquanto a Oposição – especialmente a vereadora Nadja Palitot – bate duro na iniciativa da Prefeitura por considerar o projeto uma fábrica de impostos, o prefeito Cícero Lucena rebate dizendo que isso inexiste porque as alíquotas do ISS se fixam entre 2 e 5%.
    
De carona, o prefeito diz que a vereadora se contradiz mais uma vez porque seu partido, o PSB, votou favorável à reforma que está adequada na Câmara.
    
O raio X da Unimed
    
A diretoria da Unimed de João Pessoa escancarará hoje, em entrevista, suas contas, seus números, seus projetos e a conclusão de que em três anos a atual gestão saneou problemas sérios na cooperativa médica. Vai expor, inclusive, recente relatório de auditoria da ANS.
    
O presidente Aucélio Gusmão quer deletar de vez boato atribuído à Oposição de que a Unimed estaria passível de intervenção, cuja hipótese inexiste.
    
Para quem não sabe, a Unimed João Pessoa tem gestão considerada modelo no sistema nacional.
    
Umas & Outras
    
… O pré-candidato a prefeito de Monteiro, João Henrique, está com um argumento arrasador às críticas de seus adversários. Exibe a condição de membro do Conselho de Ética da OAB para se blindar de catilinarias.
    
… Os arredores da Praça da Independência notaram que o clima mudou quando o jornalista Eraldo Nóbrega subiu em edifício moderno e passou bom tempo em conversa demorada com o advogado e estrategista Sólon Benevides.
    
… A festa de confraternização da TV Tambau, anteontem, na Boate Fashion, reeditou a criatividade e a descontração.
    
… Detalhe: funcionários da MIX vestiram macacão da Emlur na festa à fantasia da TV Tambaú.
    
… Os prêmios conquistados pelos profissionais do Sistema Correio de Comunicação revelam o diferencial da equipe.
    
Última
    
` Se quer mandar flores/ que me mande agora…´