Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

O buraco da Micro é mais embaixo


03/05/2007

Foto: autor desconhecido.

Fazia tempo não ouvia um prenúncio de debate tão verdadeiro e nu sobre a realidade das micro e pequenas empresas como aconteceu nesta quinta-feira, pela manhã, na abertura do Encontro Nacional dos dirigentes do Sebrae com sede em João Pessoa.

O caso é simples: o que não faltam são teses e discursos em torno das “soluções” reais apontadas para as microempresas, volta e meia com gente bem vestida falando ‘horrores de palavras enebriantes”, mas na prática sem nenhuma funcionalidade na busca real de se resolver os gargalos deste segmento.

Nesta quinta-feira ouvi, a partir de diversos dirigentes incluindo o presidente nacional, Paulo Okamoto, que é preciso cair na real, sair do ‘rame-rame’, da ‘conversa-mole’ em busca de cobranças reais, sobretudo dos parceiros financeiros do Governo ( BNDES, BB, BNB, etc) para execução formas bem elaboradas e práticas de se resolver a questão do crédito e do aval.

Tudo bem – antes que algum apressado caia de pau – que precisamos cuidar, lógico, da educação, ou seja, ensinar as pessoas a cuidar dos processos empreendedores (montar seu negocio), mas é que, sem educação, dinheiro e, especialmente, aval ( no popular, quem garante) muitos dos projetos morrem na beira mar. O percentual de mortalidade é elevadíssimo porque esses fatores são cruciais.

Tem outra questão, essa me parece resolvida em parte com a nova Lei da Microempresa, que diz respeito aos Impostos. O Brasil, como um todo – cada estado no particular, tem uma das mais altas cargas tributárias do mundo chegando ao patamar de até 34% do que as empresas produzem ficar com o Governo sem se saber o destino da aplicação.

Aliás, foi dito muito bem, que microempresa lembra muito bem os bebês. Volta e meia aparecem muitos que falam loas e boas, acariciam, dizem coisas bonitas, mas só querem se servir do momento de festa correndo como o diabo corre da cruz quando chega a hora de ouvir o neném chorando, fazendo pipi, cocô ou com alguma doença por perto.

Na vida da microempresa, mal comparando, também é assim. Felizmente tem gente acordando para entender que conversa bonita não dá de comer a canário.

Acorda minha gente! – diria Zéu Di Lorenzo, antes de ser professor de química, como atleta do Íbis da Torre.
Eu completo: chega de conversa mole.

Neste particular, o encontro do Sebrae serve como despertador mesmo tardio do que nunca.


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