Sociedade
Nosso mundo acadêmico
20/02/2025

Basta ficar atento para constatar. O adágio popular quase sempre tem razão. Estava para antenar a linha de pensamento quando sou surpreendido com duas descobertas interessantes: uma delas, a do escritor Renato César Carneiro (no momento devotado à expansiva e expressiva pesquisa sobre Allyrio Wanderley) e a outra tornando rediviva a famosa Revista Era Nova, já centenária e valiosa, por suas curiosidades e descobertas, perdidas nos desvãos da história, como bem posta o arguto presidente da Academia Paraibana de Letras, Ramalho Leite.
O professor Renato César Carneiro vem produzindo literariamente o bastante para emparelhar os últimos anos, aos anteriores. Dedica-se agora à investigação, ainda mais profunda, da obra de Allyrio, umas das mais fecundas inteligências e destemido entusiasmo nas letras paraibanas e brasileiras. Revela à comunidade um artigo de João Leis sobre o livro de estreia de Ascendino Leite, intitulado “Um discípulo de Pery”, publicado no Jornal de José Leal, em 1935. O Jornal Ilustração com vigor e duração na década de 1930.
O jornal, cuja raridade e preciosidade também é indiscutível, tem a anunciação de outro fato; desconhecia e nós familiares não tínhamos conhecimento: o livro que gerou mais tarde “A Campanha de Princesa – 1930”, talvez tivesse sido intitulado “Memórias de Tavares”. Tanto é possível essa “evolução” porque tenho nos arquivos um outro documento que é uma correspondência de Agildo Barata a João Leis sobre “Os guerrilheiros do Sertão”, a guisa de prefácio. Sucede-se que a obra publicada mais tarde com o título que a consagrou na edição publicada em A União, com 4.000 exemplares e um destaque nas manchetes: “A Campanha de Princesa – 1930”, cuja edição mais recente está retardada devido a alguns remates julgados significativos.
O nosso confrade Ramalho Leite traz à tona fato também desconhecido: um comentário precioso de Câmara Cascudo que vai encantar especialmente, o amigo potiguar-paraibano João Bosco Medeiros de Souza; o paraibano-potiguar Ivan Lyra de Carvalho e o genuíno potiguar Edilson Pereira Nobre Júnior. Essa raridade está incrustada na Revista Era Nova e traz apenas as iniciais de Luiz da Câmara Cascudo, em auspiciosa pérola:
“Sobre Caminhos que a Vida me ensinou”.
A data é de 1925.
Se começarmos a pesquisar nossos orientes e nossas origens não tenho dúvida de que há muitas pérolas no nosso mundo acadêmico.
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