Para Antonio Cândido dos Santos – meu pai in memorian

Mesmo em 2023, ainda hoje é muito provável que grande parte dos paraibanos desconheça uma decisão pessoal do governador João Agripino Filho de determinar, através de Decreto datado de 1967, o respeito à diversidade religiosa na Paraíba abrigando os cultos africanos. Ele também legalizou o jogo do bicho criando a Lotep, assim evitando a contravenção como do Rio de Janeiro.

Dia 8 de Dezembro para católicos simbolizando Dia de Nossa Senhora da Conceição se traduz na cultura umbandista em celebração de Iemanjá, também denominada Rainha do Mar.

A abordagem de agora se faz pertinente porque em pleno século XXI ainda atestamos gestos de intolerância religiosa, como ocorrido recentemente com vândalos derrubando parte da imagem de Iemanjá na ponta do Cabo Branco.

Rememorar a atitude digna de cidadania plena de João Agripino Filho comprova como ele era vanguarda já nos anos 60 porque com seu decreto impediu que a RP – Rádio Patrulha – acabassem os cultos de xangôs no bairro da Torre à base da porrada.

Foi um branco de nome Carlos Leal Rodrigues quem convenceu João Agripino a baixar o decreto, logo ele presidente da Federação dos Cultos Africanos celebrando o dia 8 como tempo de oferendas à Iemanjá, graças a atitude cidadã do então governador.

Eis um pouco da história.

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“O nome / a obra imortaliza”