Temos andado pela cidade: visitamos espaços culturais, conversamos com pessoas, abrimos discussões, provocamos novos diálogos. Fazem parte dessas conversas os artistas, produtores, gestores, jornalistas, empresários, políticos, etc., com quem trocamos ideias. As questões volta e meia, como que pit-stops, estacionam na porta da prefeitura e Funjope, no Governo, e seguem intermináveis. Acredito, como gestor cultural, que nossas missões nos convidam a prestigiar ainda um pouco mais, sair dos gabinetes, bater perna, conhecer o espectro cultural e suas inúmeras possibilidades.

Leonardo Brant, consultor cultural, nos fala sobre os 7 Passos do Empreendedor Criativo como: Nadar com tubarões, Encontrar o Oceano Azul (de águas límpidas), encarar Ideias como Franquias, estabelecer um Modelo, buscar Sustentabilidade, adotar um Processo de Gestão e promover Viradas. Natália Freire Moura, outra expert em projetos culturais, nos chama atenção para organizar, focar, buscar explorar o potencial Nordestino. Juntos, temos desenvolvido projetos no sentido de ampliar o diálogo de forma organizada (como ela foca), e com resultado. Na API – Associação Paraibana de Imprensa, estamos iniciando novas propostas. Acredito que falta isso na maioria. Ferramentas inteligentes que nos libertem dos velhos processos trazendo inovação, cooperação, empreendimento, negócios criativos.

Já falamos aqui sobre o PAP, Programa do Artesanato Paraibano, que mobiliza os artistas do Estado sob a batuta de Lu Maia, e exporta trabalhos e arte com destinos nacionais e internacionais. Está ali um modelo criativo de fazer negócio, troca, empreender, fomentar a cultura e a arte.

Outro projeto, o Varadouro Cultural, nos chama atenção para uma organização através de uma rede de espaços, agentes culturais e iniciativas criativas com foco e atuação no Centro Histórico da capital. Porto do Capim, Róger e Centro, estão mapeados e interagem com seus públicos e agendas. Grupos se organizam para capacitar, produzir, realizar shows, exposições, dança, lançamentos literários, teatro, audiovisual e tudo o mais. O Circuito Cultural apresenta programação diversificada por todo o Centro Histórico. (ver : varadourocultural.org).

CAFÉ COM GESTORES E NEGÓCIOS CRIATIVOS – Enquanto no mundo assistimos cases de sucesso como o Cirque de Solei, o Rock in Rio, as bienais de Livros e Artes, as promoções de festivais de cinema, os museus internacionais e suas quilométricas filas para visitação de turistas, estudantes e outros públicos, eventos de tecnologia e a indústria de games, o PIB do audiovisual que, por exemplo, bate a receita do Turismo no Brasil; acreditamos ser urgente e necessário convidar os gestores para tomar um café e falar de negócios criativos, arte e cultura.

Reaquecer a vocação econômica de nossos espaços deve ser pauta priorizada para futuros planejamentos, resgate de acervo, estímulo à nossas comunidades. O Patrimônio Histórico da Paraíba precisa segurança, assistência social, educação, mobilidade, iluminação, proteção, políticas estruturantes. O negócio cultural não é apenas inaugurar. Precisa de manutenção, programação, sustentabilidade, criatividade para manter-se evidente no mercado. E aqui não vai só cobrança para gestores, mas um recado para todos os envolvidos que queiram ver prosperar seus empreendimentos artísticos e culturais.

Gil Sabino é jornalista, gestor de marketing e Diretor de Cultura da API.
g.sabino@uol.com.br