Não confie em quem abandona os velhos amigos. Preservar amizades é algo valioso. Reconhecer aqueles que estiveram com você na construção de sua vida é saber identificar os verdadeiros amigos. Vivenciando problemas, sonhos, segredos, compartilhando momentos bons e ruins, assim se afirmam laços que não se destroem ao longo tempo, porque foram construídos sem a necessidade de juramentos de pactos de lealdade. Até porque isso é conseqüência natural da relação de companheirismo e parceria.

Quem rompe relações antigas por novos companheiros está sendo desleal consigo mesmo. Amigos lutam pelo mesmo propósito, se alegram nos mesmos momentos de contentamento, se aventuram na busca dos mesmos objetivos, se solidarizam nas horas de trauma e de dificuldades, se confraternizam em todas as oportunidades sejam quais forem os desdobramentos dos fatos vividos juntos.

Fácil identificar os egoístas quando desprezam os amigos de antes pelos novos de conveniência. Quando os antigos não atendem mais seus desejos pessoais, não lhes prestam subserviência ou dedicação por inteiro, são desprezados e substituídos por outros que contribuem com seu “alter ego”, e passam a reverencia-lo, promove-lo como sendo o líder, o comandante, o exemplo.

Isso acontece com maior freqüência quando se verifica a embriaguez do poder. Ficam anestesiados quem se arvora o poderoso, como também os acólitos que se manifestam seus novos amigos. Manifestam-se cegos. A cegueira da qual estão acometidos não permite que enxerguem o verdadeiro valor do que seja o sentimento de amizade.

Os verdadeiros amigos compartilham traumas e crises. Podem até ter sonhos diferentes, mas nunca entram em disputa.

Quando você ver alguém ameaçar amigos antigos porque seus interesses pessoais não foram atendidos, pode ter certeza de que aí impera o egoísmo, a deslealdade, o egocentrismo, a ingratidão. Trocou o amor pela ambição própria, pela ganância, pela vontade de ser único. O individualismo dispensa amizades.

Ser amigo é, antes de qualquer outra coisa, uma troca involuntária de sentimentos reais, sem a presença da raiva e da inveja.