Genival Macedo exalta as belezas da Paraíba, e por isso mesmo essa canção passou a ser considerada o hino popular do nosso Estado. A música, “Meu sublime torrão” foi composta em 1937.
 

“No recanto bonito do Brasil/Sorri a minha terra amada/Onde o azul do céu é mais cor de anil/Onde o sol tão quente parece mais gentil”. Nós paraibanos nos orgulhamos de ser esse “recanto bonito do Brasil” onde a natureza foi pródiga em nos oferecer belas praias por toda sua costa, um povo hospitaleiro e alegre, um patrimônio cultural riquíssimo. Temos o privilégio de ser o local da América do Sul onde o sol nasce primeiro. Aqui o céu tem um “azul cor de anil”, e fascina a todos que têm oportunidade de nos visitar. O sol que nos bronzeia e nos transmite um calor que faz de nossa gente tão cheia de energia, mesmo em toda a sua intensidade tem algo de nobreza, graça, encantamento.

“Lá, eu nasci, me criei/fiz canções e amei/sempre tive inspiração”. Genival foi morar em Recife, por isso fala “lá” quando se refere à Paraíba, na letra de sua música. Se ufana de aqui ter nascido e se criado. Aqui ele recebeu a inspiração que lhe permitiu escrever várias das canções que compõem a sua produção musical.

“Lá, no Nordeste imenso/Tem um fulgor intenso/Meu sublime torrão”. O brilho forte dos raios solares é uma característica do Nordeste, e isso faz com que nos sintamos numa terra singular, única, sublime.

“A minha terra,/ Que só encerra,/Belezas mil;/Pode ser chamada/ A namorada/ Do meu Brasil”. Essa exuberante particularidade de nosso torrão natal, causa uma sensação de deslumbramento, tanto aos nativos, quanto aos que têm o privilégio de nos visitar. Daí o compositor dizer que a Paraíba passa a ser considerada “a namorada do Brasil”.

“Minha terra tem/O cantar dos passarinhos/Na lagoa os gansinhos/Com seu nado devagar/As morenas tão gentis,/Ostentando os seus perfis/Numa noite de luar”. Ao falar do “cantar dos passarinhos” e do “nado devagar dos gansinhos”, procura construir a imagem de um aprazível lugar, onde se respira tranquilidade, paz, sossego. Essa era de fato uma característica de nossa terra na época em que Genival escreveu essa letra. Enaltece a beleza da mulher paraibana, “ostentando seus perfis, numa noite de luar”. O toque romântico e poético de homenagem ao padrão de formosura feminina das nossas conterrâneas.

“Não tem a fama da baiana/Mas a paraibana,/Sabe amar, tem sedução”. Nesses versos eleva o perfil de feminilidade da mulher paraibana, linda, sedutora, fascinante, atraente. A fama é uma construção. Mas nem precisa, o que importa é que todos nós temos a vaidade desse fascínio, esse charme que caracteriza a mulher paraibana.

“Paraíba hospitaleira,/Morena brasileira,/Do meu coração!”. A proclamação final do amor à sua terra. A Paraíba sempre está de braços abertos para receber bem, com carinho, com consideração, todos os que se dispõem a conviver conosco, mesmo que por instantes. É realmente “a morena brasileira, do nosso coração”.

• Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”.