Geral

MARKETING DA VOLKS E OUTROS ENGANOS


24/09/2015

Foto: autor desconhecido.

          Por que somos enganados? Desde o tambor de água mineral que compramos para saciar a sede da família, o remédio na farmácia, as embalagens de biscoitos, sachés de café e outros alimentos, ao carro que lutamos para adquirir, muita vez a preço, juro e taxas caríssimos? O fantasma que ludibria a tudo e todos vive ao redor. Mas, porque será? Lamentável que isso ainda aconteça quando nos encontramos em 2015, com denominados avanços na ciência e tecnologia e outros setores.

Nesta quarta-feira 23.09, um fato destacou entre as manchetes do mundo. O presidente-executivo da Volkswagen, Martin Winterkorn, renunciou. A causa: o escândalo de fraude de emissões de poluentes em carros a diesel com manipulação de dados. O governo dos Estados Unidos acusou a marca de adulterar resultados em testes de poluentes, em 500 mil veículos vendidos no país. O caso evoluiu e a empresa admitiu um número ainda maior: 11 milhões de veículos.

Winterkorn pediu descupa e através da carta de renúncia jura, mencionando desconhecer o mal feito. O comitê executivo do Conselho Supervisor da companhia, em comunicado, tenta proteger a imagem de Winterkon, reforçando que ele desconhecia o fato. Quem, então, estaria sendo responsável por tal desmando se o mesmo Winkertorn se mantinha há anos no cargo condutor da companhia?

Após investigar o caso, a agência ambiental americana (EPA) concluiu que a montadora utilizava um software que controlava a emissão de poluentes apenas no momento em que os carros eram submetidos a vistorias. Outro executivo, o presidente da montadora nos EUA, Mark Horn, foi mais enfático: "Nós ferramos tudo. Nossa empresa foi desonesta", afirmou, durante o lançamento do novo Passat, em Nova York. A Volks separou 6,5 bilhões de euros, o equivalente a metade do lucro previsto para este ano, para consertar os carros e arcar com eventuais punições, como multas e outras despesas.

É inadmissível que, enquanto caminhamos para um mundo melhor, para capacitar pessoas a trabalharem de forma qualificada para atender a demanda dos mercados mundiais, tenhamos ainda tão desastrosas notícias de tal porte. Para onde a confiança, as garantias, a sustentabilidade tanta vez divulgada? Para onde caminham nossas empresas, nossos empresários, nossas instituições?

Temos que rever urgentemente nossas práticas humanas de agir para com o próximo, para com o mundo. No campo da política, das religiões, nas diversas esferas sociais a partir do seio íntimo da Família, passando pela educação, arte, cultura, etc. Para aperfeiçoar nosso modu operandis, nossa maneira de pensar e nosso comportamento ético e moral, e associar tudo isso organizando a inteligência para viver um mundo melhor. É isso.

Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing.
g.sabino@uol.com.br


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