Cinema

Marketing 4.0, Gatos & Ratos para Prefeito de João Pessoa


09/10/2020

Imagem ilustrativa

Recentemente participamos do Governo João Azevedo, da Paraíba, através da Secretaria de Estado da Cultura. Tivemos oportunidade de estar junto com o Governador e o Secretário Damião Ramos Cavalcanti, no Salão do Artesanato Paraibano, em João Pessoa e Campina Grande, também em muito outros eventos culturais. Pude conversar com João Azevedo sobre cinema, artes plásticas, música, cultura, etc., e entender a sua visão próxima dessa área das artes. Tivemos também excelente experiência em contato com os quilombolas, ciganos, índios, interior à dentro do Estado…

Falo desses pequenos episódios para exemplificar como pode ser rica a nossa experiência em reconhecer as demandas culturais tanto em nosso Estado, como especificamente na Capital. Todo gestor precisa participar, caminhar, conhecer, manter aproximação relacionada a estas áreas tão importantes para cada cultura e seu povo. Na Europa, por exemplo, há diversas cidades que sobrevivem engajadas nos movimentos artísticos e sua economia. Os museus e sítios e patrimônios históricos, o turismo religioso, feiras literárias, teatro, dança, etc. Nos Estados Unidos prevalece a indústria do cinema e da Tecnologia.

Pois bem, na noite de ontem, 08/10, assistimos ao debate entre os candidatos a prefeito de nossa Capital, João Pessoa, promovido através da internet, pela empresa Soma Network. Além destes, um grupo convidado, de empresários, participou fazendo questionamentos a respeito de propostas futuras para nossa cidade.

Muito se falou em mobilidade, tecnologia, saúde, educação, turismo, centro histórico, emprego e renda, etc., temas recorrentes, e até marketing 4.0. É nesse quesito que desconhecem o conceito verdadeiro do marketing 4.0, que é nada mais, nada menos, segundo o metre Philip Kotler em seu livro Marketing 4.0 – do Tradicional ao Digital, justamente o conjunto de ações focadas no fator humano, onde o público consumidor, o usuário, discute horizontalmente as regras do jogo. Ou seja, as demandas, o que este necessita, e o melhor para a cidade, o que ele espera que a cidade ofereça como o melhor para suas vidas.

No Marketing tradicional (1.0), discutia-se o produto. Em seguida, o marketing voltado para o consumidor (2.0), e, enfim, o marketing centrado no ser humano (3.0). Agora, diante das grandes mudanças em todos os setores no mundo, a discussão aborda o Marketing 4.0, que apresenta uma combinação interativa entre on-line e off-line, entre empresas (no caso, leia-se gestão política e governamental) e consumidores. Na economia digital, segundo Kotler, a interação digital sozinha não é suficiente. Ele nos fala que no mundo cada vez mais conectado, há ainda aí, a importância do toque off-line, que representa forte diferenciação. Embora a mescla entre estilo com substância, embora as marcas se tornem flexíveis e adaptáveis por causa das rápidas mudanças das tendências tecnológicas, ter personalidade autêntica é mais importante do que nunca, afirma Kotler. E prossegue dizendo que diante de uma realidade cada vez mais transparente, a autenticidade é motivo mais valioso. Finalmente, Marketing 4.0 alavanca a conectividade máquina a máquina e a inteligência artificial a fim de melhorar a produtividade do marketing, enquanto impulsiona a conectividade pessoa a pessoa com o intuito de fortalecer o engajamento do cliente, no caso a população.

Sim, estamos diante do marketing digital. Empresas avançam seus mecanismos de produção e inteligência artificial nos diversos setores como automobilismo, medicina, educação on-line, causas sociais e outras forças ainda sendo definidas durante curso de alta velocidade de mudanças. Essa onda universal há de ser adaptada aos nossos dias de Brasil, de Paraíba, propondo novas oportunidades para a economia de vida, políticas voltadas para o desenvolvimento de nossas riquezas como o agro negócio, a própria tecnologia, a engenharia, pesquisa, outros estudos, e porque não dizer, também voltadas para a exploração turística consciente e sustentável, sem desprezar a arte e a cultura.

Gente! Não ouvimos nenhum candidato falar em cultura. Não ouvimos nenhum candidato propor maior interação da comunidade antes mesmo de tomar qualquer decisão. Não ouvimos qualquer proposta de meio ambiente saudável, de resgate, de aproveitamento das forças de trabalho das comunidades sociais. Não ouvimos qualquer proposta ou compromisso por parte dos candidatos, de diminuição do número de miseráveis que há em nossas ruas, recolhendo-os e abrigando-os, e capacitando-os para novos empreendimentos, a exemplo do que fez a empresa JCPM, em Recife, com a empreitada da construção do Riomar shopping, quando resgatou e aproveitou impulsionou a força populacional dos moradores das palafitas do rio Capibaribe, próximo à praia de Boa Viagem.

Não é admissível que João Pessoa não desperte para o potencial de suas praias, sua gastronomia, suas festas tradicionais de Verão, o Carnaval, o São João, e outros eventos, seu potencial de terceira cidade mais antiga do Brasil, seu valioso patrimônio histórico arquitetônico e suas belezas. Não é possível que não se instalem Departamentos de Captação de Recursos, para atrair a participação de empresas privadas e investimentos nacionais e internacionais. Não é mais admissível que a agenda de nossos debates permaneça restrita a propostas redundantes, falácias, e briga de gatos e ratos. Estamos na era digital, do Marketing 4.0 – É preciso, em vez de empurrar goela abaixo, ouvir a população e suas demandas, planejar e executar a prática de uma ação de desenvolvimento inteligente, de forma profissional e séria.
Acorda João Pessoa!


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