Interessante como no Brasil esperteza passou a ser sinônimo de malandragem. Quando as pessoas sabem levar vantagens, da forma que for, não importa, são apontadas como espertas. Normalmente se acham vivos demais na arte de enganar os outros para conseguir seus objetivos.

Montam estratégias, ciladas, armadilhas, sempre no objetivo de ludibriar a boa fé dos incautos. Imaginam que todo mundo é idiota e por isso, muitas vezes, se dão mal. Se enroscam nas próprias teias.

O “malandro” tem bom papo, é simpático, envolvente, de boa aparência. Argumenta com facilidade, tem uma impressionante capacidade de mentir e simular, entusiasticamente, situações de ganho para muita gente. No entanto, pensa, em primeiro lugar, nos seus interesses.

Em sendo uma figura do imaginário popular brasileiro, a sabedoria popular ensina que “o malandro demais se atrapalha”. Por subestimar a inteligência dos outros termina por se meter em enrascadas, consequentes, de suas próprias artimanhas.

Há uma frase de La Rochefoucauld que diz: “a maneira mais segura de ser enganado, é julgar-se mais esperto do que os outros”.

• Integra a coletânea de textos que intitulei “REFLETINDO A SABEDORIA POPULAR (ditados, expressões e provérbios)”.