O Brasil vive uma pletora de crises. Não se vê solução. Perdemos feio para a pandemia da COVID-19. É imenso o número de pessoas infectadas e mortas. Isso era evitável, em boa parte. Já está em curso a sua maior recessão econômica. É primordial fortalecer e  consolidar a sua jovem democracia.

O pais está em transe, com tanta desarmonia política, social e cultural. Nos núcleos dos Legislativo e Judiciário, o temor de um golpe tomou a cena. Exala um cheiro de democracia em perigo. Urge uma forte, corrente e eficiente reação social.

Para ter êxito, essa luta pela democracia não pode servir à disputa pelo poder. Mas isso é possível? Bolsonaro só pensa em se reeleger, e se dedica muito a isso. Os principais  partidos políticos querem eleger, neste ano, muitos vereadores e prefeitos, com vistas à Presidência da República, nas eleições de 2022.

Questões cruciais: o sim à democracia será com ou sem Bolsonaro no governo? com o seu impeachment a desordem nacional explodiria? o atual presidente é fraco em apoio institucional, militar e popular? (Foi eleito com 55% dos votos, hoje só tem 30% de aprovação).

Eleger presidentes, pelo voto popular, e depois tirá-los, por outras vias, não é um indicador de boa democracia. Mas é fato que o Brasil não tem um governo capaz de resolver seus problemas atuais e vencer a depressão econômica anunciada e seus terríveis efeitos sociais. Não há mais tempo a perder na construção do futuro do país.

Democracia é, sim, a nossa melhor opção. Ela pode e deve ser o farol do desenvolvimento brasileiro, perdido há muitos anos. Não podemos mais continuar sendo vítimas do oportunismo político e do desvario ideológico que nos mantêm no atraso.

Rômulo Soares Polari

Professor e ex-reitor da UFPB