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KUKUKAYA – CULTURA E JOGO DE CARTAS MARCADAS


07/05/2015

Foto: autor desconhecido.

                   Recentemente agrava-se a questão relacionada a cultura no Brasil. Não trata-se apenas de problemas localizados aqui e ali. Pelo contrário, é um setor que sofre já UM constrangedor déficit. Com a crise econômica e os embaraços constantes do trato com dinheiro público, soma-se ao caos.                                                                                                  
Se somados os valores artísticos e culturais seríamos capaz de surpreender o mundo com tamanha dimensão. Estes valores a que refiro estão diversificados entre artes plásticas, fotografia, literatura, dança, música, teatro, audiovisual, artesanato, etc. Juntos, formam um grupo de valores e capital incalculável.

É preciso identificar, mensurar, e codificar para que estes processos sejam organizados e potencializados cada vez mais. Para atrair investimentos. A perder de vista, estaremos jogando pelo ralo um como que commodity, muito maior que qualquer outra economia. Mais: sem esquecer os valores éticos. Só pra ter ideia, os números no campo audiovisual chegam a ser maiores que a arrecadação do turismo.

Quando, por exemplo, visitamos São Paulo e outras capitais do mundo, entendemos o funcionamento da economia cultural. Quarteirões inteiros com públicos de milhões de pessoas para visitação de exposições, museus, ópera, shows, festivais, feiras literárias, filmes, etc. Holywood é um desses exemplos potenciais, responsável por disseminar no mundo a língua inglesa e ideias americanas supervalorizadas através do conjunto da obra. Uma indústria cinematográfica de força, tamanho e poder. Roma, França, Portugal, e outros países.

O Patrimônio Histórico no Brasil é outro descaso, sem sensor. Caso fosse percebido, acionado, teria a favor juntamente com o turismo e outros setores do comércio para atrair o mundo. Mas a incapacidade inicia nos gabinetes, na falta de responsabilidade dos gestores e suas equipes, diria, até mesmo na ignorância de quem à frente, entre tantas outras reclamações que levariam horas para ser elencadas. Por isso a educação e a cultura não podem ser furtadas de recursos e mão de obra com força política à encarar de frente a sua proposta de economia cultural.

Em recente fala do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, retiramos o seguinte trecho: “A economia brasileira precisa entrar na área de economias com grande valor agregado – e a economia cultural é uma possibilidade de diversificação. Se não, com a atual dependência de commodities agrícolas e minerais, a gente oscila junto com os ciclos econômicos mundiais.” Juca Ferreira é sociólogo, um personagem atento, que vem desde o governo Lula, quando foi braço direito e Secretário do ministro Gilberto Gil. Está informado do grande desafio. Seu diálogo está buscando respostas para questões ligadas a Lei Rouanet, de incentivo cultural, ao Pro Cultura, e Direitos Autorais, entre outros. ATENÇÃO: Importantes bandeiras a que devem estar atentos os nossos artistas, produtores e empresários.                                                                                                                                                                                   Voltaremos a falar do assunto.

Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing.
g.sabino@uol.com.br


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