Paraíba

Homofobia, cabresto religioso e castigo


11/07/2020

Reprodução

A cultura em nossas escolas anda bastante distante da orientação necessária, atual, para o contexto contemporâneo da realidade. Não por acaso, aqui e acolá, estão sendo destacados casos envolvendo situações delicadas, como esse da professora de biologia, Lourdes Rumanelly, que postou vídeos nas mídias sociais com declarações consideradas homofóbicas.

Logo os vídeos tornaram-se motivo de escândalo e meme, nas redes sociais, a partir da contestação dos próprios alunos que, revoltados resolveram investir contra a postura da professora.

A Defensoria Pública entrou em ação determinando várias medidas, por meio da Coordenadoria da Diversidade Sexual e Direitos Homoafetivos, recomendando à professora Lourdes Rumanelly Mendes dos Reis, que faça uma Nota de Retratação com pedido de desculpas à população LGBTQIA+, por ter se utilizado de palavras com motivação homofóbica em live realizada em rede social. De acordo com a defensora pública, Remédios Mendes, a educadora desrespeitou a Lei e a diversidade humana ao se expressar para além de suas convicções pessoais e religiosas.

Além do pedido de desculpas, recomendou-se que a professora reconheça a legitimidade do movimento LGBTQIA+, a legalidade de suas ações e sua importância no contexto atual, onde se discute a inserção, a inclusão, o combate a LGBTfobia e o respeito à dignidade da pessoa humana; que reconheça também que o Supremo Tribunal Federal decidiu que homofobia é crime equiparado ao de racismo, sendo inafiançável e imprescritível, e que respeita que a orientação sexual é um direito de cada cidadão e de cada cidadã constitucionalmente assegurado.

A Defensoria recomenda ainda que a professora possa ministrar palestras em escolas públicas de João Pessoa ou outro local a ser determinado pelo movimento LGBTQI +, sobre o tema “homofobia” e que a nota seja veiculada de forma falada e escrita, com ampla divulgação em suas redes sociais, nos blogs onde foram veiculados e outros meios de comunicação.

Em seu discurso usando como base sua própria opinião e a Bíblia, a professora diz que ser LGBTQ+ é doença, aberração, pecado e até crime.

Notas de repúdio se multiplicaram nas redes sociais contra a fala da professora que dissemina ainda mais o preconceito, ligando este diretamente à religião, baseando textos bíblicos interpretados na forma de coação ao livre comportamento e expressão.

Não só isto, a professora, formada em Teologia, nega a Lei da Evolução e todos os demais contextos científicos atuais, inclusive a orientação da OMS que refere a homossexualidade não mais como doença.

Nota-se que o cabresto religioso dos tempos antigos prevalece ainda, tomando espaço na cabeça dos seres que frequentam as igrejas. Que por sua vez as religiões trabalham dogmas, com finalidade exclusiva de manter ali, ajoelhados e junto aos seus altares, como prova de fidelidade a Deus, pessoas que buscam solução para seus problemas e um lugar garantido no céu após a morte.

Que esse cabresto promete castigo em vez de amor. E que as criaturas se submetem, cegas à razão, obedecendo a esses hipócritas que se dizem representantes de Deus, ou seja, os verdadeiros falsos profetas.

Gente, se Deus é amor, onde na vida caberia dizer que ele é censor, proíbe a liberdade de cada um, o direito de ir e vir, e administrar seus corpos seja como for sua opção? Quem desses mortais teria autoridade para contestar a população LGBT+ nos dias atuais e dizer-se intocável, perfeito, quem?

Castigo é não enxergar a realidade dos nossos dias de evolução espiritual, de avanços comportamentais, de ética, de respeito, de Leis judiciais que estão sendo aplicadas de forma avançada para proteger o cidadão.

Castigo é querer julgar o próximo pelo que ele faz, negar as fragilidades humanas, os problemas individuais e coletivos, e não buscar entender que, parafraseando o poeta, `qualquer maneira de amar vale a pena´.

Aplauso para os alunos que juntos conseguiram erguer voz contra o absurdo discurso de uma professora que sobrou no tempo.

Assista ao vídeo, abaixo:

 

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Uma professora de duas escolas da rede particular de João Pessoa a Ethos e a HBE resolveu fazer um discurso homofóbico de forma pública na internet. Em seu discurso usando como base sua própria “opinião” e a Bíblia, a professora diz que ser LGBTQ é doença, aberração, pecado e até crime. Vale lembrar que a homossexualidade foi retirada da lista de doenças e desvio psicológico pela OMS, são mais de 30 anos que o termo homossexualismo foi deixado de lado pois as palavras terminadas em “ismo” são geralmente relacionadas a alguma doença e desde então homossexualidade é o certo a se usar. Repudiamos a fala dessa professora, que com sua falta responsabilidade social, acaba disseminando ainda mais o preconceito, ligando diretamente a religião para basear seu discurso homofóbico. Esperamos que as escolas não apoiem esse ato e tomem as devidas providências. Amor próprio, ter coragem de assumir quem se é, amar quem quiser e ser feliz, nunca será algo condenado por Deus, que sempre prega o amor e aceitação ao próximo. E finalizo com uma citação bíblica, que está no livro de Mateus, capítulo 5 versículo 10: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição, porque deles é o Reino dos Céus.” Obs: Cada usa as palavras da Bíblia como quiser, uns para propagar AMOR e outros ÓDIO E PRECONCEITO. ?????? _ _ ✏Por: @emilianogomesx _ _ #Pride #Respeito #JoãoPessoa #paraíba #lgbtq #Jampa #euamojampa

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