Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

EXCLUSIVO: Lynaldo Cavalcanti abre o Jogo


21/09/2007

Foto: autor desconhecido.

Brasília – Um encontro casual no Aeroporto de Brasília hoje (sexta-feira, – nunca pensei que pudesse significar a oportunidade de acesso ao entendimento crítico de um dos mais importantes intelectuais da Paraíba nos últimos tempos – doutor Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque – sobre o Brasil, o Nordeste e, principalmente, a Paraíba.

Sem hora marcada previamente, nem pretensão de natureza alguma, a conversa/entrevista significou o instante impar de compreensão sobre o que pensa e o que projeta o atual secretário executivo da ABIT e ex-reitor da UFPB na melhor de suas fases acerca da sociedade.

Recém chegado em João Pessoa para receber Prêmio Especial da TV Tambaú, o professor Lynaldo Cavalcanti não nega que está com saúde frágil, mas acompanhando todos os fatos possíveis com as condições possíveis.

Leiamos conjuntamente o pensamento contemporâneo de um dos mais importantes intelectuais da Paraíba da atualidade.

– Como o sr tem acompanhado os fatos, as informações da Paraíba? O sr tem tempo para isso?
– Algum tempo atrás acompanhava pelo Jornal da Paraíba. Depois deixei de recebê-lo, agora acompanho via internet, mas sem o mesmo volume de informação.

– Mas existem outros meios, não?
– Tem, claro. O Jornal Correio tem um enfoque já pré estabelecido de querer colocar o seu dono como senador, não é jornalismo, e o Norte vive um momento muito difícil, beirando ao fim.

– Na atualidade existem outros meios…
– Sei disso, tem a WSCOM.

– Como o sr vê a posição da midia de uma forma geral ?
– Acho que vivemos um momento ruim da imprensa, ultimamente incorporada a uma tentativa maluca da elite sulista de querer desestabilizar o Governo lula de todas as formas. Já não fazem mais jornalismo.

– E o que fazem?
– Vivemos um momento perigoso, como de conspiração freqüente. A atitude do presidente da Fiesp diante da votação da CPMF ontem no Congresso Nacional denuncia isso, foi ridículo.

– O que o sr considera intolerância da elite do Sul?
– Está tudo muito claro. Vou misturar os assuntos para ampliar a confusão. Se Renan Calheiros fosse presidente do Senado na época de FHC nada do que está acontecendo se efetivaria porque seria uma situação sob controle dos paulistas, que vêem há tempo o poder nas mãos dos nordestinos.

– O que o sr quer dizer com isso. Temos um clima de confronto entre o Sul e o Nordeste?
– Poucos assumem, mas essa realidade existe há muito e preocupa diante do crescimento do Nordeste, de estados como Pernambuco, Bahia, Ceará, etc. Eles não admitem isso, não aceitam que Lula, um pernambucano, esta produzindo medidas tão fortes estrururalmente.

-Mas estruturas fiscalizadoras andam melhor posicionadas?
– Que nada. Há um aparente avanço, mas o TCU é composto na sua maioria por ex-politicos e técnicos nomeados pelo governo anterior e não tolera o governo Lula, vive querendo desestabiliza-lo. A CGU, invenção de agora, também exagera na dose.

-Como o sr está vendo o Nordeste ultimamente?
– Da mesma forma que sempre. O Nordeste é uma região com registro de problemas como com muitos fatores potencializados, a partir da cultura, de nossa gente.

-Voltando à Paraíba, de que forma o sr encara nossa realidade de agora?
– A Paraiba, faz tempo, não tem liderança de tamanho maior. Hoje a briga é pelas diferenças e pelo poder, não pela construção de uma nova fase do desenvolvimento econômico e humano do estado.

-Qual a leitura do sr sobre os governos da Paraíba, as iniciativas de relevância….
– Volto a dizer: já não temos lideranças como precisamos, bem governos como antes. Estamos presos a uma disputa acirrada que não ajuda o estado, ao contrário. Não vejo projeção de grandes projetos na Paraíba.

-Quando o sr via ou viu?
– Faz tempo. Lembro de Burity com a cultura, acho que demos uma grande contribuição quando de nosso reitorado na UFPB…

-A propósito, como o sr vê as nossas Universidades, a partir da UFPB e UFCG?
– Thompson Mariz é um reitor comprometido, mas não entende nem aceita investir nada na cultura. Isso o limita. O outro reitor, Polari, não sei o que lê veio fazer até agora. Sua gestão é nula, inexiste para mim’.

– E o nosso futuro, o futuro do Nordeste, da Paraíba?
– São coisas diferentes. O Nordeste, que vive dividido nos seus interesses, tem uma composição diferente, com Pernambuco em fase extraordinária, o Ceará com perspectivas pelos investimentos econômicos e na educação, a Bahia como sempre…

– Mas existem estados muito problemáticos, com governos em crise nunca vista?
– Penso que vc se refere a Alagoas, estado onde a estrutura de governo é caótica e decadente como nunca se imaginou na fase Teotônio Vilela Filho. Na atualidade não tem jeito.

– Como o sr convive com paraibanos vivendo hoje noutros ambientes, tipo Ariano Suassuna, Cláudio Marinho e Silvio Meira?
– São pessoas geniais. Ariano não o vejo há tempo, Cláudio vez por outra e Silvio acho que é o Ariano na versão eletrônica.

– Para encerrar: qual sua agenda em João Pessoa?
– Vou receber um Premio da TV Tambau e volto ainda na madrugada, Estou cada vez mais querendo viver próximo de casa.


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