Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

“Eu quero ser feliz agora”


10/05/2014

Foto: autor desconhecido.

 

Por que adiar a busca da felicidade? Esse questionamento é feito por Oswaldo Montenegro na sua música “Eu quero ser feliz agora”, lançada em 2011. Ele diz que não devemos nos deixar ser influenciados pelos pessimistas, os desanimados, os medrosos. Devemos ser sempre proativos nas atitudes a serem tomadas para sermos felizes. Não nos acomodarmos nunca, nem perdermos a esperança nas primeiras dificuldades enfrentadas.

“Se alguém disser pra você não cantar/Deixar seu sonho ali pr’uma outra hora/Que a segurança exige medo/Que quem tem medo Deus adora”. Ele orienta que devemos sempre reagir às proibições de viver a alegria. Cantar sempre que tiver vontade, mesmo que alguém peça para não fazê-lo. A sabedoria popular diz que “quem canta seus males espanta”. O contentamento de uns incomoda os invejosos. Também jamais adiar um projeto, um sonho, um desejo, por influência de uma outra pessoa ou porque sente receio de não dar certo. Deus não gosta dos medrosos, Ele encoraja os perseverantes, os determinados, os decididos.

“Se alguém disser pra você não dançar/Que nessa festa você tá de fora/Que você volte pro rebanho/Não acredite, grite, sem demora/Eu quero ser feliz agora…”. Oswaldo nos chama a atenção ainda para o fato que não se deve permitir ser excluído de qualquer grupo, de qualquer movimentação, de qualquer comemoração. A rejeição tem que ser combatida seja qual for a circunstância. Vivemos num mundo em que tudo tem que ser compartilhado solidariamente. Nessas situações devemos erguer a voz, e falar que deseja ser feliz agora sem deixar nada para o amanhã.

“Se alguém vier com papo perigoso de dizer/Que é preciso paciência pra viver/Que andando ali quieto/Comportado, limitado/Só, coitado, você não vai se perder”. Continua nos estimulando a não aceitar a retórica do discurso da paciência. Quem deseja que fiquemos calados, quietos, inertes, esperando os acontecimentos, são os que têm interesse de nos usar como massa de manobra, inocentes úteis para suas armações, alienados quanto à nossa própria sorte. Tentam convencer de que na individualidade, isolados, sem participação no coletivo, temos menos chances de nos perdermos nos caminhos da vida. Eles sabem que a “união faz a força”, por isso detestam os esforços em grupos.

“Que manso imitando uma boiada, você vai boca fechada, pro curral sem merecer/Que Deus só manda ajuda a quem se ferra, e quando o guarda-chuva emperra certamente vai chover”. Agir de forma submissa, subalterna, passiva, diante do que acontece em relação à nossa vida, é colocar-se como o boi que vai mansamente para o curral. “De boca fechada” estamos fadados a viver situações que não merecemos, vítimas das injustiças e de tratamentos desiguais. Não é verdade que Deus só ajuda nos momentos de desespero ou das complicações. Ele se faz presente em todos os momentos, sejam bons ou ruins. Não são os embaraços que nos fazem ter a certeza dos problemas a serem enfrentados. Temos que ser previdentes, termos a capacidade de perceber que vai chover, ainda que “o guarda chuva emperre”.

“Se joga na primeira ousadia, que tá pra nascer o dia do futuro que te adora/e bota o microfone na lapela, olha pra vida e diz pra ela/Eu quero ser feliz agora”. Nos incentiva a ousar, sermos arrojados, brigarmos por aquilo que queremos. Acreditarmos que a construção do futuro está também nas nossas mãos. Anima-nos a repercutir o grito de que “queremos ser felizes agora”.

• Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”.


O Portal WSCOM não se responsabiliza pelo conteúdo opinativo publicado pelos seus colunistas e blogueiros.
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.