O samba é um ritmo muito tocado nos carnavais. Em 1963 Jamelão lançou “Eu agora sou feliz”, marcando época pelo enorme sucesso que alcançou. O “eu lírico” comemora a felicidade de estar vivendo um novo amor, após uma experiência nada agradável no passado recente.

“Eu agora sou feliz/Eu agora vivo em paz”. Há um ditado popular que diz: “depois da tempestade vem a bonança”. Essa é a sensação do sujeito da música ao declarar que enfim encontrou a alegria de viver. As brigas, o clima de tensão, as decepções, de outrora, deram lugar à paz de espírito, a tranquilidade, o bem estar emocional.

“Me abandona, por favor,/Porque eu tenho um novo amor/E eu não lhe quero mais”. Dá um ultimato, pede que a pessoa, com quem tinha um envolvimento sentimental, se afaste dele definitivamente. Revela que já colocou alguém em seu lugar, está vivendo um novo amor e essa é a razão de sua felicidade. Pede que compreenda que não há, da parte dele, mais qualquer sentimento de afeição, está tudo acabado.

“Esquece que você já me pertenceu/Que já foi você meu querido amor”. Procura fazê-la compreender que não adiantam as reminiscências do que vivenciaram juntos. Nem tão pouco ficar lembrando de que já foi dele um dia, e que era o grande amor da sua vida. São águas passadas. Não há mais a mínima possibilidade de reencontro, de renovação. Melhor será esquecê-lo de vez.

“Aquela velha amizade nossa já morreu/E agora quem não quer você sou eu/Eu agora sou feliz”. Aquela chama de paixão foi apagada. Se antes, por algumas vezes, chegou a implorar o seu amor, agora é ele que não quer mais. Tomou a decisão de tocar a vida ao lado de uma nova companhia. E conclui que isto lhe trouxe de volta o prazer de viver.

• Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”.