Notícias

Estratégias de marketing em tempos de pandemia


08/01/2022

O marketing está em tudo hoje em dia. Já escrevi isso repetidas vezes. Nas lojas de varejo, nos shoppings, na oficina mecânica, nos bares e restaurantes, nas farmácias, nas igrejas, nos cemitérios, na ação dos ambulantes informais, ou naquelas em que você mesmo toma na hora de tomar um banho e fazer uso de produtos específicos, se maquiar diante do espelho, enfim, em quase tudo a todo momento.

Sendo assim, me surpreendeu uma mensagem via zapp, vinda da Vale Farma, uma pequena farmárcia da empresária Carolina Vale, próxima da minha casa, onde costumo comprar medicamentos para manutenção da saúde. A Vale, me informou que fui sorteado com liquidificador na promoção de Natal. A Vale, é uma das três pequenas farmácias existentes aqui no bairro, e presta um serviço que classifico na faixa entre bom e excelente, se avaliado desde a entrega pontual em domicílio, estacionamento, preços baixos, sortimento, atendimento cordial e preparado, formas pagamento, instalações confortáveis, comunicação, promoções, entre outros itens.

Com a entrega de um liquidificador, a Vale Farma demonstrou estar atenta a concorrência, e especialmente à prática estratégica de fidelização do cliente. Evidentemente ela conquistou a mim e outros clientes, fazendo entender que se preocupa em nos manter próximos, e que nós somos importantes para que ela sobreviva no mercado.

O marketing de grandes empresas espalhadas em rede pelo país tem se preocupado nos últimos tempos em atender, por exemplo, pequenas comunidades. É o caso das Lojas Americanas, que passou a criar e instalar lojas menores, em pequenos bairros, próximos a feiras e mercadinhos, aproximando ainda mais dos clientes sem perder a qualidade de seus produtos e serviços, e fortalecendo a sua marca. Também o caso das empresas de higiene e perfumaria, e cosméticos, que trabalham com marketing direto na porta dos clientes, mantendo postos de serviço e entrega como a Boticário, Natura, Avon, e pequenas outras. É comum também vermos marcas da barbearias estilizadas, personalizadas com serviços agregados como café, doces e salgados, jogos de sinuca, games e outros que atraem seus públicos consumidores, aumentando o mix de produtos e serviços e consequentemente suas receitas.

O mercado talvez não estivesse tão atento e preparado para as ameaças externas, aquelas que vem na contramão e que independem da administração do negócio. Aquelas quem surgem a partir de ações de fora, como tragédias climáticas, processos de baixa e inflação na economia do país, e mais recentemente, os processos sanitários com a vinda da pandemia do Covid, a ômicron, e as gripes em séries, que afetam em cheio as comunidades e comércio.

Grandes empresas como a automobilística, e as empresas aéreas, sofreram abalos em seus modelos de funcionamento. Na área fabril a produção sofreu baixas no setor de recursos humanos com milhares de profissionais sendo afastados por dispensa médica, obrigando a parar a produção. Por outro lado, o mercado fechou portas de lojas, diminuindo o consumo, aumentando o preço dos produtos e sua procura. Faltaram carros novos para entrega imediata, em alguns casos, uma demora de até seis meses para o cliente receber seu produto. No caso da Azul, a empresa que vinha ampliando sua ação estratégica com a criação de pequenas rotas em vôos domésticos destinados a executivos, entre cidades próximas de uma mesma região. Esta se viu diante do problema de cancelamento de centenas vôos, pois sua frota teve redução de tripulantes infectados que adoeceram com a Covid, e a gripe H3N2.

As estratégias sanitárias das cidades e dos países de todo o mundo sofreram impacto imenso com a falta no setor de profissionais habilitados para atender a demanda. Falta de medicamento específico como as próprias vacinas de combate a Covid-19, até os simples acessórios como máscaras, luvas, álcool gel, seringas, e os cilindros de gás medicinal emergencial para atendimento de hospitais. No setor de funerais foram mobilizados profissionais para o feitio de urnas funerárias em quantidade, enquanto outros da construção cavavam valas de urgência para enterrar as vítimas. Tudo isso mobilizou o mercado.

O que as estratégias de marketing tem que observar nesses casos é programar-se para os impactos negativos e as oportunidades de mercado que acontecem o tempo todo. Grandes marcas farmacêuticas no mundo como a Pfizer e outras, estiveram preocupadas em pesquisas e produção o mais rápido possível, e logística para a entrega em tempo recorde de milhões de vacinas. As gestões administrativas das nações se preocuparam em manter suas redes de hospitais e postos de saúde funcionando com capacidade máxima.

As empresas do varejo e atacado tiveram que mobilizar suas forças trabalho de forma a se reinventarem. O mercado virtual cresceu. Enquanto as pessoas foram na maioria obrigadas a permanecer dentro de casa, os produtos tinham que continuar a ser fabricados, produzidos e entregues a seus consumidores. Assim, a produção alimentícia, os fármacos, e outros serviços tiveram que aderir a nova onda. Além disso, muito além, tiveram que manter suas pastas com o cadastro de clientes funcionando. Foi aí que vimos muitas empresas fecharem suas portas, e o mercado de trabalho aumentar a taxa de desemprego, que hoje chega a 13 milhões no país.

Ainda não estabilizou a saúde no Brasil, nem no mundo, com a presença e ameaça de outras cepas. Mas deu para aprender bastante como manter estratégias de vendas e funcionamento em alerta. Desde a Vale Farma, abrindo de domingo a domingo e entregando medicamentos a domicílio, até as poderosas do mercado da aviação mantendo no ar suas aeronaves e menos tempo de estacionamento nos slots dos aeroportos.


O Portal WSCOM não se responsabiliza pelo conteúdo opinativo publicado pelos seus colunistas e blogueiros.
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //